São Paulo, quarta-feira, 27 de novembro de 1996
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Itália processa 6 por morte de Senna

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Seis acusados pela morte do piloto brasileiro Ayrton Senna serão mesmo processados na Itália, informou ontem a agência de notícias italiana "Ansa".
Segundo o comunicado, o promotor do caso, Maurizio Passarini, recebeu autorização da Justiça italiana para iniciar o processo.
Senna morreu em 1º de maio de 1994, quando seu carro Williams saiu da pista e bateu na curva Tamburello, no circuito de Ímola (Itália), durante o GP de San Marino.
Os acusados são: Frank Williams, dono da Williams; Patrick Head, diretor técnico da equipe; o belga Roland Bruinseraede, diretor da corrida; os italianos Federico Bendinelli e Giorgio Poggi, diretores do circuito; e um mecânico da Williams, não identificado.
O mecânico teria executado a redução do diâmetro da barra de direção do carro de Senna.
Segundo o laudo técnico do acidente, foi a ruptura dessa barra que fez Senna perder o controle do carro e provocou a batida.
Os seis serão processados por homicídio culposo (quando não há intenção de matar).
Para a promotoria italiana, houve imperícia, negligência e imprudência da equipe Williams e dos administradores da pista.
A Williams é acusada pelo estreitamento da barra de direção. Os administradores do circuito de Ímola e o diretor da corrida, pelas medidas de segurança deficientes na curva Tamburello, onde não havia brita (pedregulhos que seguram o carro) nem pneus.
Ao sair da pista, o carro de Senna foi de encontro a um muro de concreto. Um pedaço da suspensão da roda dianteira direita quebrou e atingiu a cabeça do piloto, provocando os ferimentos mortais.
O juiz Diego di Marco, que analisou o caso, considerou que há fundamento na acusação do promotor Passarini e autorizou ontem a abertura de processo.
Segunda a "Ansa", o caso deverá ser julgado na cidade de Ímola, em data ainda a ser definida.
A agência afirmou que outras pessoas que tinham sido indiciadas no inquérito policial não serão processadas, por recomendação de Passarini.
Os acusados não comentaram o caso ontem. O promotor Passarini não quis confirmar nem desmentir a informação da "Ansa".
A equipe Williams contesta o laudo técnico do acidente. Afirma que a barra da direção do carro de Senna estava intacta no momento do acidente e que se partiu somente com o impacto no muro.
Caso algum dos acusados seja considerado culpado, pode ser condenado a até sete anos de prisão, pena máxima para homicídio culposo na Itália.

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