São Paulo, quinta-feira, 28 de novembro de 1996
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Temer busca os votos de deputados descontentes

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DE LISBOA

O candidato do PMDB à presidência da Câmara, Michel Temer (SP), prometeu ontem melhorar "as condições de trabalho" dos colegas, investindo no apoio do chamado "baixo clero" -deputados que resistem aos acordos das cúpulas e reclamam dos salários).
Atualmente, os deputados recebem salário de R$ 8.000 e têm direito a uma "verba de gabinete" no valor de R$ 10 mil para o pagamento de assessores. O líder do PMDB disputa a presidência da Câmara com o apoio discreto do Palácio do Planalto e na condição de defensor da reeleição.
"Diziam que eu estava fazendo demagogia, que eu era o candidato do baixo clero, e agora estão me imitando", reagiu Wilson Campos (PSDB-PE), que também disputa a eleição de 2 de fevereiro.
"A verba de gabinete é miserável", disse um dos pré-candidatos pelo PPB, deputado Delfim Netto (SP), que afirmou que a proposta de Temer "comove".
Ontem, Temer anunciou que vai se reunir com o prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, que é contrário ao projeto da reeleição.
Já a bancada do PFL, para pressionar o PMDB, preparou ontem um manifesto em defesa da candidatura de Inocêncio Oliveira (PE). O PFL condiciona o apoio à candidatura Temer à eleição de um pefelista para a presidência do Senado.
Em Lisboa, o presidente do PFL e embaixador do Brasil em Portugal, Jorge Bornhausen, afirmou que o PFL deverá cumprir o compromisso com o PMDB para que este partido ocupe a presidência do Câmara de Deputados.
"Nós temos um compromisso com o PMDB e, no momento em que o PMDB se ajustar, o compromisso deverá ser cumprido."
O presidente do PFL afirmou que ainda não foi informado sobre quem será o indicado pelo PMDB.

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