São Paulo, quinta-feira, 28 de novembro de 1996 |
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Festival mistura Pistols, realidade virtual e piercing
LÚCIO RIBEIRO
O caldeirão de polêmicas conceituais que abriga esses eventos -O punk já morreu? O punk existiu? O punk mudou alguma coisa? Os Pistols são os traidores da causa? Que causa? O festival é alternativo? A quê? A escolha das bandas foi boa?- reacende a discussão em torno do movimento. E, se as divagações filosóficas não levam à conclusão alguma, servem para agitar a sonolenta e apática vida roqueira do Brasil. Pelo menos por dois dias, quem de alguma forma é ligado em rock vai poder esquecer um pouco que em janeiro não vai rolar o Hollywood Rock. Guardadas todas as proporções, vai poder esquecer ainda a inveja de o Brasil não ter um Lollapalooza ou um Reading Festival. Pistols Os Sex Pistols são a grande atração do Close Up Planet (tudo sobre o festival nas páginas 6, 7, 10 e 11). E a razão maior deste caderno especial, que mostra, ao menos nestas páginas, que o punk não morreu, como prega os simpatizantes do movimento. Os shows do grupo inglês corrigem uma travessura do destino, que impediu a banda de tocar no Brasil em um programado show no Rio de Janeiro, em fevereiro de 1978. Os Pistols se separaram poucos dias antes. O guitarrista Steve Jones e o baterista Paul Cook aproveitaram as passagens de avião e vieram visitar o inglês Ronald Biggs, o famoso assaltante do trem pagador inglês (leia textos à página 9). Close Up Planet Além dos Pistols, o Close Up Planet traz para o país um leque de bandas que, se não representam o supra-sumo do rock atual, cada um na sua praia, pelo menos estão longe de ser grupos dinossáuricos em fim de carreira. Marky Ramone, Cypress Hill, Spacehog, Silverchair e Bad Religion sobem ao palco, nesta ordem, por volta das 18h, em São Paulo, e 16h30, no Rio. O horário previsto para o show dos Pistols é meia-noite (SP) e 22h30 (Rio). As bandas Inocentes (só SP), Little Quail, Os Ostras, Magnéticos (só SP) e Acabou la Tequila (só Rio) são as atrações brasileiras do festival, que tem início às 14h30, no Rio, e às 15h, em SP. Realidade Virtual O Close Up Planet, organizado em conjunto pela Mercury e pela Water Brothers, veio para mudar a história dos megashows no Brasil. Nos moldes dos grandes festivais do planeta, que procuram oferecer muito mais do que os shows, o Close Up deixa à disposição do público, além de pista de dança e um shopping com lojas de comida, CD, roupas, tatuagens e body piercing, um conjunto de atrações hi-tech importadas dos EUA. Ao todo são seis equipamentos de realidade virtual, com jogos em terceira dimensão: Cobra, SIM, Mandala, Virtual Odissey, Cyber Park e Orion Game System. Os "brinquedos" são dotados de dispositivos que proporcionam aos usuários a sensação de "entrar" no jogo. Há ainda quatro totens multimídia, que conectarão o público à Internet. E telões de última geração serão espalhados pelo espaço do festival. O Close Up Planet abre espaço também para uma chamada "consciência social". Estandes de organizações não-governamentais como o S.O.S. Mata Atlântica, Greenpeace e Gapa marcarão presença. Próximo Texto: 'É mais do que comprar a entrada para o passado' Índice |
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