São Paulo, quinta-feira, 28 de novembro de 1996 |
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Réu da Candelária confirma depoimento em julgamento
SERGIO TORRES
O julgamento de Cunha, 29, começou às 14h10 de ontem no 2º Tribunal do Júri do Rio e deve terminar hoje de madrugada. Ex-soldado da PM (Polícia Militar), Cunha reafirmou o que dissera no depoimento prestado em abril à Polícia Civil. Segundo ele, foi casual o tiro que disparou contra a vítima Wagner dos Santos. A chacina da Candelária ocorreu na madrugada de 23 de julho de 1993. Oito meninos de rua foram mortos nas imediações da igreja da Candelária e do MAM (Museu de Arte Moderna), no centro do Rio. Segundo Cunha, o tiro que atingiu a cabeça de Santos foi disparado acidentalmente, quando o Chevette em que estavam os chacinadores passou sobre um buraco. Principal testemunha do caso, o sobrevivente Santos, 24, deveria depor ontem à noite. Ele estava de colete à prova de balas. Depois da chacina, ele já levou dois tiros. Cunha disse que o ex-PM Maurício da Conceição Filho, o Sexta-Feira 13, morto há dois anos, fez a maioria dos disparos. Um outro acusado, Marcos Vinícius Borges Emmanuel, foi condenado em junho a 89 anos de prisão. Também estaria envolvido o PM Marcos Aurélio Alcântara, que confessou e está preso. Ao fim do depoimento, Cunha acusou Cristina Leonardo, advogada dos sobreviventes da chacina, de "pressão psicológica". Cunha disse que a advogada o visitou na cadeia na semana passada, oferecendo proteção no exterior à família dele caso revelasse novos nomes de envolvidos. "Não ofereci garantias. Falei que, se estivesse sendo ameaçado, o advogado dele poderia procurar a Anistia Internacional", disse ela. Texto Anterior: PM prende grupo com crack na zona leste; Menina de 15 anos é morta em Guarulhos; Polícia Militar de SP recebe 250 carros; Rio Preto enfrenta paralisação no INSS; Jovem que fugiu da Febem é morto por PM Próximo Texto: Menino quis espoletas, diz dono de loja Índice |
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