São Paulo, quinta-feira, 28 de novembro de 1996
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Shopping vai reabrir ao público amanhã

CRISPIM ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Após 5 meses e 18 dias da explosão que matou 42 pessoas, o Osasco Plaza Shopping reabre ao público amanhã às 10h, segundo David Rocha, superintendente do local.
O interrogatório das sete pessoas que estão sendo processadas pela explosão foi marcado para fevereiro do próximo ano.
Ontem, a prefeitura da cidade realizou a última vistoria no prédio, que passou por uma reconstrução após o acidente, provocado por um vazamento de gás de cozinha no dia 11 de junho.
"Não vimos nada que impeça, por enquanto, a expedição do habite-se, que deve sair amanhã (hoje)", afirmou Ângelo Melli, secretário de Planejamento e Urbanismo de Osasco, ao final da vistoria.
Técnicos da prefeitura acompanharam as obras de reconstrução do prédio. O sistema de gás foi substituído por um elétrico.
O subsolo do shopping, que antes era totalmente fechado, o que possibilitou o acúmulo de gás que causou a explosão, recebeu aberturas e um sistema de exaustão.
Além disso, a administração do Osasco Plaza está realizando um monitoramento diário dos índices de explosividade da atmosfera do subsolo do local. A medição é feita durante a noite em 39 pontos espalhados pelo prédio.
"Hoje, a situação do shopping é muito boa em termos de segurança", afirmou Élio Salvini, secretário de Obras da prefeitura.
A reabertura do shopping vai ser discreta, segundo Marcelo Zanotto, diretor da B7 Participações, dona do empreendimento. "Não haverá nenhum evento especial."
Antes da explosão, o local recebia uma média de 50 mil pessoas por dia. Zanotto acredita que o shopping só deverá retomar esse movimento entre seis meses e um ano. "O público vai voltar devagar. Muita gente vai ficar receosa."
Processo
Sete pessoas estão sendo processadas criminalmente por terem sido apontadas como responsáveis pela explosão. Todos eles contestam as acusações do Ministério Público.
Os primeiros interrogatórios, segundo a juíza Paula Regina Saraiva, da 2ª Vara Criminal de Osasco, foram marcados para fevereiro do próximo ano.
Foram denunciados por explosão com dolo eventual Marcelo Zanotto, David Rocha e Antônio das Graças Fernandes, todos do shopping. A pena varia de 6 anos a 12 anos de reclusão.
Segundo o Ministério Público, os três não teriam tomado as providências necessárias com relação às reclamações sobre cheiro de gás feitas por lojistas e frequentadores.
Rubens Luciano Molinari, Edson Poppe, Flávio Roberto Camargo (da construtora Wysling Gomes) e Manoel Teixeira Júnior (da empresa BRR) foram denunciados por explosão culposa por causa das falhas na instalação das antigas tubulações de gás. Nesse caso, a pena é menor (de um ano e quatro meses e quatro anos de prisão).
Paralelamente ao processo criminal, o Ministério Público instaurou uma ação civil para obrigar os responsáveis pela explosão a pagar indenizações às vítimas. Outras ações individuais também estão tramitando na Justiça.

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