São Paulo, quinta-feira, 28 de novembro de 1996 |
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Novela cerca de mistério relação Eu-Outro
FRANCISCO ACHCAR
Esses temas são também centrais em "A Confissão de Lúcio" (1914), uma narrativa em prosa que se pode chamar novela (isto é, uma narrativa mais breve e de ingredientes menos numerosos do que um romance, mas mais longa e mais complexa que um conto). Nela, temos a estranha história de um homem, Lúcio, que acaba de sair da prisão, onde passou dez anos, e resolve fazer sua "confissão" -não a confissão do crime pelo qual foi condenado, e que ele diz não ter cometido, mas o relato da experiência de "um instante que tocou toda a sua vida", fazendo-o chegar ao "sofrimento máximo", depois do qual "nada já nos faz sofrer". A história de Lúcio se passa em Paris, em ambientes de extrema sofisticação e mesmo perversão, envolvendo artistas da moda, pessoas refinadas e entediadas, milionárias lindas e lésbicas e, no meio de tudo isso, a relação equívoca entre Lúcio, Ricardo e a bela mulher deste, Marta. Esta prosa insiste em metáforas arrojadas, que visam à expressão de sensações incomuns, com muitos elementos do que se convencionou chamar "Decadentismo": refinamento extremado, complexidade, indefinição e gosto pela representação de experiências intensas e "anormais". Texto Anterior: Chegue uma hora antes Próximo Texto: Prova de redação é democrática Índice |
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