São Paulo, quinta-feira, 28 de novembro de 1996
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Grevistas franceses endurecem protesto

BETINA BERNARDES
DE PARIS

Os caminhoneiros franceses endureceram sua greve ontem, passando de 200 a 250 o número de barreiras nas estradas francesas. O ponto preferencial para os bloqueios são os portos e as refinarias.
Cerca de 2.000 postos de gasolina no país estavam com as reservas no final, e 500 foram fechados.
A Interfel, associação interprofissional do setor de frutas e legumes frescos, pediu o uso da "força pública" para garantir a livre circulação das mercadorias. Supermercados do norte, sul e sudoeste do país já apresentavam algumas prateleiras vazias.
Um Departamento em cada quatro adotou medidas de requisição de postos onde há combustíveis para o atendimento de carros de serviços públicos essenciais. A França é dividida em cem Departamentos.
O aumento da pressão dos caminhoneiros aconteceu após o fim da sexta rodada de negociações. A reunião entre patrões, motoristas e o mediador do governo começou às 15h (12h de Brasília) de anteontem e só terminou às 11h de ontem.
Ontem, às 16h (13h de Brasília), as partes voltaram à mesa de negociações. A reunião acabou no final da noite, sem acordo.
As partes envolvidas já chegaram a um acordo sobre a aposentadoria aos 55 anos (em vez de 60) e abordaram a redução da jornada de trabalho, mas nenhum aumento salarial foi tratado.
Os motoristas que tenham trabalhado por pelo menos 25 anos poderão se licenciar a partir dos 55, por uma pré-aposentadoria financiada em parte pelo governo.
Países vizinhos, como Espanha e Reino Unido, pediram que o governo francês indenize quem tenha perdas provocadas pela paralisação nas estradas. O Ministério das Relações Exteriores da França estima que haja 2.000 caminhões estrangeiros retidos nas estradas.
Os aeronautas da Air France e da Air Inter Europe pararam suas atividades ontem e continuam em greve hoje. Na Air France, mais de 60% dos vôos de longa distância e 25% dos de média foram assegurados. Na Air Inter Europe, 280 vôos foram cancelados.
Os ferroviários de Rouen (norte) pararam em apoio aos caminhoneiros. Hoje, os de Picardie (também no norte) devem parar.

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