São Paulo, sexta-feira, 29 de novembro de 1996 |
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Bayer diz que suspendeu venda do produto em AL
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O motivo foi o alto índice de suicídio com o produto, que tem o seu nome associado na região a este tipo de ocorrência. O Tamaron está sendo substituído por outro chamado Confidor, definido pelos técnicos da Bayer como menos tóxico. "Achamos por bem retirar de circulação", disse Gottfried Stutzerjr, gerente da área de registro e desenvolvimento da empresa. Segundo o representante da Bayer, existem apenas especulações e não comprovações científicas de que o Tamaron provoque estado depressivo, a ponto de levar agricultores a cometer o suicídio. Stutzerjr lembra também que nas áreas de cultura de fumo, como Alagoas e o Sul do país, não é utilizado apenas o agrotóxico da Bayer: "Existem mais sete empresas com produtos similares". O gerente de Desenvolvimento de Produto da Sandoz (fabricante do Sofirex), José Erasmo Soares, disse que não existe nenhuma evidência de que o agrotóxico possa causar depressão. Ele vê outras razões. "As pessoas que trabalham no campo têm deficiência alimentar e também bebem muito, com isso são muito fracas", diz Soares. Para Soares, não se pode culpar o agrotóxico pelos suicídios. A preocupação com o uso de agrotóxicos em Arapiraca levou a Câmara de Vereadores a aprovar uma lei específica sobre o controle destes produtos no município. A lei tenta disciplinar as condições de armazenamento e proibir o uso e o acesso em larga escala dos agrotóxicos mais perigosos. Na prática, porém, tem sido difícil o cumprimento destas regras. Compra-se os produtos com muita facilidade e sem receita. Na semana passada, por exemplo, a Folha constatou a existência de Tamaron nas lojas de produtos agrícolas da cidade de Arapiraca. Texto Anterior: Agricultor esconde agrotóxico na terra Próximo Texto: Guia de empresa admite risco neurológico Índice |
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