São Paulo, sexta-feira, 29 de novembro de 1996
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Médicos e policiais ignoram aborto legal

DA REPORTAGEM LOCAL

Meio século depois de autorizado por lei, o chamado aborto legal continua sendo ignorado, negado ou dificultado por muitos profissionais da saúde e por funcionários da polícia.
O Código Penal permite o aborto em caso de estupro ou quando a gravidez significa risco de vida para a mãe. O código é de 1940. Até agora, em todo o país, só alguns hospitais fazem sem restrições esse tipo de aborto. Na quase totalidade das instituições não há equipes especializadas e os profissionais evitam fazer o aborto em caso de estupro.
Para mudar esse quadro, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) iniciou ontem reunião de três dias com especialistas em saúde e direito para definir normas e procedimentos necessários para a prática do aborto legal.
Uma pesquisa feita pela Unicamp divulgada ontem revelou que mulheres vítimas de estupro que fizeram aborto reclamaram da demora, dos repetidos exames e da necessidade de contar o mesmo relato para fazer profissionais.
Profissionais ouvidos disseram que é preciso a criação de centro de referência regionais para atendimento rápido das mulheres. As equipes precisam ser treinadas.

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