São Paulo, sábado, 30 de novembro de 1996
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Petista defende aposentadoria

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-presidente do PT Luiz Inácio Lula da Silva defendeu ontem a legitimidade política de receber uma aposentadoria como anistiado, no valor de R$ 2.195,40.
"Se não reivindicasse a aposentadoria estaria perdoando todos aqueles que perseguiram a mim e a outras pessoas", disse Lula.
Pedir a aposentadoria não foi fácil, afirmou Lula. "Passei cinco anos matutando sobre o assunto e concluí que deveria reivindicar a aposentadoria para que o Estado ressarcisse o mal que causou aos perseguidos", declarou.
Lula acrescentou que, como dirigente sindical, foi cassado e preso e perdeu um emprego de 17 anos. "Se alguém quer esquecer o que o regime autoritário fez, esse alguém não sou eu", disse.
O líder petista admitiu que, em 94, declarou que não considerava justo pedir a aposentadoria que agora recebe. Não justificou a incoerência. Aproveitou para cutucar o presidente Fernando Henrique Cardoso.
"Depois que o Fernando Henrique Cardoso decidiu não abrir mão da aposentadoria dele, decidi reivindicar a minha", afirmou, sem especificar a que benefício estava se referindo.
O fato de Lula estar recebendo aposentadoria como anistiado político está causando constrangimento no PT.
Nas conversas privadas dos dirigentes, avalia-se que os adversários do PT podem se aproveitar do fato em futuras disputas eleitorais.

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