São Paulo, sábado, 30 de novembro de 1996
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ACM aconselha FHC a evitar ataques

DA SUCURSAL DO RIO

O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) afirmou ontem não se considerar atingido pelas declarações do presidente Fernando Henrique Cardoso, que, anteontem, disse que os políticos não são sinceros.
"Olha, na política, todos devem ser francos e, entre esses, também o presidente", afirmou o senador, que disse não gostar de recados pela imprensa e que Fernando Henrique deveria ter sido mais claro em suas declarações.
Em tom irônico, o senador afirmou que o presidente "está numa fase de beatificação" e que, "quem está nessa fase, não deve atingir ninguém".
"Há uma gama muito grande de políticos sinceros", disse ACM. "Ele (Fernando Henrique), sendo político, não pode falar." Para o senador, "toda generalização atinge pessoas que não merecem ser atingidas".
Disputa
ACM afirmou também que a disputa pelas presidências do Senado e da Câmara não comprometerá a aprovação do projeto de emenda constitucional que permite a reeleição do presidente da República.
"As duas coisas não devem se misturar", afirmou. "Agora, acho que o bom senso vai indicar caminhos. Em política, as coisas nunca são fáceis, sempre exigem soluções negociadas no bom sentido."
Candidato à presidência do Senado, ACM admitiu ontem ser possível um acordo envolvendo a composição das mesas diretoras do Congresso e o PMDB, que teria o apoio do PFL para eleger o presidente da Câmara e o apoiaria na disputa na outra Casa.
"A lógica demonstra, mais ou menos, que, se um partido tem (a presidência de) uma Casa, a outra deve ficar com o outro partido, na medida em que as duas legendas têm forças praticamente equivalentes", afirmou o senador.
Se esse acordo se concretizasse, a candidatura do deputado federal Inocêncio Oliveira (PFL-PE) seria retirada, e o PFL apoiaria o deputado Michel Temer (PMDB-SP).
O próprio senador afirmou que, em caso de um acerto com o PMDB, o atual postulante do partido à presidência da Câmara não seria mantido (leia texto abaixo).
"Quando eu digo um partido em cada Casa, é óbvio que, se for na Câmara, não será o Inocêncio", disse ACM, que ontem esteve no Rio para se encontrar com o prefeito Cesar Maia.

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