São Paulo, sábado, 30 de novembro de 1996
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Queda foi causada por cinco falhas

DA REPORTAGEM LOCAL

Pelo menos cinco falhas, entre defeitos materiais, de projeto e de treinamento, contribuíram para a queda do Fokker-100 da TAM, segundo apurou a Folha junto à comissão que investiga o acidente. Outras falhas ainda podem ser detectadas. A equipe de investigadores ainda não examinou a operação da tripulação e os procedimentos adotados antes da decolagem do jato.
Segundo o Ministério da Aeronáutica, 84,6% das falhas que contribuem para os acidentes na aviação brasileira regional são operacionais -desempenho do tripulante nas atividades de vôo.
As falhas humanas -causadas por problemas fisiológicos e biológicos do tripulante- respondem por outros 9,3%.
Por último vêm as falhas materiais, que somam 2,5%. Os números se referem ao período entre 1987 e 1996.
Reversor
No caso do Fokker-100, a pane teve início com um defeito em um sistema elétrico que aciona o reversor da turbina direita.
O defeito teria sido causado por falhas em dois componentes.
O reversor é uma espécie de marcha à ré da turbina e deve ser usado exclusivamente em vôos. No dia 31 de outubro, porém, o reversor ativou-se durante a decolagem sem um comando do piloto e desestabilizou o avião.
Em seguida, um cabo de segurança, que impede a abertura do reverso com o motor acelerado, quebrou-se. Essa terceira falha permitiu que o motor esquerdo empurrasse o avião para a frente e o direito, para trás.
Como essa situação não é prevista nos manuais de treinamento, o piloto não pôde identificar o problema.
Uma última falha identificada até agora, no projeto do sistema que comunica panes existentes no avião ao piloto, bloqueou o aviso de que o reverso estava aberto.

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