São Paulo, sábado, 30 de novembro de 1996
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GM quer que a Volks peça desculpas

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Conselho de Administração da Volkswagen mundial aceitou ontem o pedido de demissão de José Ignácio López de Arriortúa de todos os cargos que ocupava na direção do grupo alemão.
Segundo nota divulgada após reunião do conselho, realizada na Alemanha, López teria dado como "concluídas suas tarefas como membro do Conselho Executivo" e solicitado o término antecipado de seu contrato com a empresa.
A decisão foi considerada insuficiente pela General Motors, em comunicado oficial divulgado em Detroit (EUA).
A montadora norte-americana move ação na Justiça contra López e outros executivos da Volkswagen, acusados de espionagem industrial.
Primeiro passo
Segundo a GM, esse foi apenas "um primeiro passo, desnecessariamente retardado por mais de três anos", diz a nota.
Para a GM, a direção da Volkswagen deve agora tratar a questão de "maneira responsável".
A montadora norte-americana exige que a Volkswagen peça desculpas públicas e compense a empresa por danos causados pela atuação de López e seus auxiliares, que se transferiram da GM para a Volkswagen em 93.
A General Motors acusa López de levar caixas de documentos secretos e disquetes de computador com planos de produção de carros e compra de componentes ao deixar a empresa e passar a trabalhar para a Volkswagen.
A Volkswagen e López negam as acusações. Mas na terça-feira passada, um juiz distrital de Detroit (EUA) decidiu que a montadora norte-americana poderia processar López e outros executivos da Volks, entre eles o presidente do grupo, Ferdinand Piech, por "associação criminosa".
A partir dessa decisão, aumentou a pressão para que Volkswagen e GM chegassem a um acordo fora dos tribunais.
Klaus Liesen, presidente do Conselho de Administração do grupo, disse à agência espanhola "Efe" que não há provas de que López tenha cometido espionagem industrial contra a General Motors.
"A GM conseguiu, com a ajuda dos tribunais norte-americanos, criar uma situação em que López não pode defender-se sem colocar em risco seu trabalho na Volkswagen", disse Liesen.
Liesen disse que o grupo cumprirá as cláusulas financeiras do contrato feito com López, que termina em março de 98.
"O Conselho de Administração expressou que o sr. López, como membro do Conselho Executivo, teve extraordinário desempenho a favor da Volkswagen, e por sua qualificação como engenheiro e seu carisma e personalidade, conquistou grandes êxitos para o grupo." "O Conselho de Administração manifestou seu agradecimento e plenos votos de êxito em seu futuro trabalho como empresário independente."

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