São Paulo, sábado, 30 de novembro de 1996
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Reforma pró-presidente tem 85,81% dos votos na Argélia

Partidos religiosos são proibidos; oposição aponta fraude

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os argelinos aprovaram, por 85,81% dos votos válidos, a nova Constituição do país, que reforça os poderes do presidente e cassa os partidos religiosos.
Os resultados oficiais do referendo de quinta-feira foram divulgados ontem. A oposição disse que houve fraude.
A votação expresssiva (com 79,8% de comparecimento às urnas) representa uma vitória para o presidente Liamine Zéroual, um general da reserva de orientação laica.
Jornalistas disseram que o fato de o resultado levar cerca de 20 horas para ser divulgado se deveu a discordâncias entre os membros da comissão eleitoral. O governo disse que alguns boletins demoraram para chegar a Argel, a capital do país, uma ex-colônia francesa no norte da África.
Segundo o jornal francês "Le Monde", a taxa de comparecimento foi baixa nas regiões dominadas pelo grupo Reunião pela Cultura e Democracia, que defendia o boicote ao referendo.
O Departamento de Tizi Ouzou (nordeste do país) foi o único que rejeitou a proposta de Zéroual, com 63% de votos para o "não". A região tem maioria da população berbere, que se opõe a outro ponto da reforma -tornar o árabe a única língua oficial.
A oposição diz que, com as reformas constitucionais, o presidente ficará tão fortalecido que não terá nem de se preocupar com uma eventual derrota de seu grupo nas eleições parlamentares previstas para o próximo ano.
Agora, os dois grupos islâmicos legais do país, o Hamas e o Nahda, terão um ano para mudar seus estatutos.

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