São Paulo, segunda-feira, 2 de dezembro de 1996 |
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Depoimento 3 "Na escola, havia várias professoras que me superprotegiam porque eu era filha de um assassinado pelos militares. Mas a diretora não gostava de mim. Um dia, ela me expulsou do refeitório sem motivo. Fui educada por minha avó, porque, após a captura de meu pai, minha mãe viveu na clandestinidade -eu a via de vez em quando. Junto com meu pai, os agentes levaram da minha casa os móveis. Dez anos depois, procurávamos uma mesa para a sala e fomos a uma loja de móveis usados. Lá, encontramos uma mesa roubada. Tinha a marca feita pelo meu pai, que esculpiu na madeira o seu nome. Os agentes não deixaram de rondar minha casa até o fim da ditadura. Já crescida, posso lutar contra a impunidade, denunciando os que agora posam de democráticos, como o governador da Província de Tucumán, Antonio Bussi." Florencia Gemetro, 21 anos Texto Anterior: Depoimento 2 Próximo Texto: Depoimento 4 Índice |
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