São Paulo, terça-feira, 3 de dezembro de 1996![]() |
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Avenida 23 de Maio passa a ter 5 faixas
MAURO TAGLIAFERRI
Somente a pista de sentido centro-bairro passará a ter cinco faixas, no trecho entre a ligação Leste-Oeste (centro) e a entrada do túnel Ayrton Senna (Ibirapuera). No total, a avenida passará dos 14 m atuais de largura para 15,8 m, no mínimo. A pista bairro-centro será mantida com quatro faixas. As obras devem começar na primeira quinzena deste mês, segundo o superintendente de obras viárias da Secretaria Municipal das Obras Públicas, Paulo Taliba. Não foi estipulado prazo para o término, mas a intenção é encerrar os trabalhos até fevereiro, utilizando o mês de janeiro, época de menor trânsito devido ao recesso escolar, para ações que interrompam parcialmente o tráfego de veículos na região. Se cumprida a determinação, a faixa extra será uma das primeiras obras entregues pelo prefeito eleito da cidade, Celso Pitta. A construção está orçada em R$ 1,7 milhão e será tocada pela empreiteira Jofege, vencedora de concorrência em junho passado. Entre a ligação Leste-Oeste e a avenida Bernardino de Campos, a quinta faixa tomará parte do canteiro central da avenida, que perderá seu jardim. A partir daí, até o túnel, o alargamento reduzirá a calçada da 23 de Maio de 2,7 m para 1 m. Segundo Taliba, o objetivo da obra é aumentar o fluxo dos cerca de 2.850 veículos que trafegam por hora (nos horários de pico) na região, facilitando o entrelaçamento na entrada do Ayrton Senna e diminuindo o tempo de viagem. Durante este mês, os trabalhos vão se concentrar no canteiro central da avenida, que será parcialmente destruído para o remodelamento da estrutura de drenagem, com relocação de bueiros, e a construção de guias e sarjetas. "Os operários estarão a 1,7 m da guia, não haverá problemas de segurança para que interrompamos o tráfego", disse Taliba. Somente após as festas de final de ano haverá obstrução parcial de trechos da 23 de Maio para a pavimentação da faixa extra. Algumas árvores colocadas na calçada da avenida serão removidas, mas a Secretaria das Obras Públicas afirma que elas voltarão a ser plantadas em locais próximos. Também segundo o órgão, as "ondas" esculpidas no canteiro central em frente ao Centro Cultural São Paulo serão preservadas. Crítica O alargamento da avenida 23 de Maio foi classificado como uma "correção setorial" pelo professor Siegbert Zanettini, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Para ele, São Paulo vive um "ciclo de congestionamentos frequentes". "É inócuo alargar a pista se você tem um estrangulamento depois. O drama da cidade é que o trânsito não tem um fluxo contínuo", disse Zanettini. Na opinião do professor, a única solução possível para o trânsito são investimentos pesados na integração do metrô com ferrovias. "Daqui a dois anos, com uns 600 mil carros a mais nas ruas, São Paulo vai parar", afirmou. "Você só empurra o problema com a barriga. O trânsito acaba parando um pouco mais à frente." Já para Taliba, o alargamento facilitará principalmente o acesso ao túnel Ayrton Senna. "Com o pessoal se dividindo entre a 23 de Maio, o túnel e a avenida Pedro Álvares Cabral (Ibirapuera), há uma bela distribuição", declarou. Texto Anterior: Como salvar a saúde? Próximo Texto: Falta de verba fecha creche conveniada à prefeitura Índice |
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