São Paulo, terça-feira, 3 de dezembro de 1996
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Consumidor começa a quitar suas dívidas

DANIELA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Os consumidores inadimplentes começaram a regularizar suas contas em novembro, após receber a primeira parcela do 13º. O número de carnês em atraso caiu 4,4% sobre outubro, para 173.097, segundo a Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
Emílio Alfieri, economista da associação, ressalta que houve queda em novembro porque o mês tem um dia útil a menos do que outubro. Segundo ele, a média diária de carnês em atraso nos dois meses (7.200) foi praticamente a mesma.
Na comparação anual, o número de carnês em atraso (registros recebidos) em novembro cresceu 9,8% sobre o mesmo mês de 95 (157.599).
"Desde outubro está ocorrendo crescimento do índice de inadimplência na comparação anual", afirma Alfieri.
Só que no mês passado houve uma inversão da tendência, já que, ao contrário de 95, o número de carnês em atraso em novembro caiu em relação aos de outubro.
Consumidor cauteloso
Alfieri diz que o consumidor está mais cauteloso neste final de ano. O total de registros de inadimplência cancelados em novembro (99.976) foi o segundo maior do ano -aumento de 8% sobre outubro e de 54% em relação a 95.
Só perdeu para agosto (104.624), mês em que a ACSP iniciou campanha para que as pessoas renegociassem suas dívidas.
Para Elvio Aliprandi, presidente da associação, lojistas e consumidores estão mais cautelosos em relação ao crediário, o que deve impedir uma explosão da inadimplência como ocorreu no primeiro semestre de 95.
Apesar da cautela, as vendas a prazo continuam crescendo, beneficiadas por prazos maiores e prestações de menor valor.
Vendas a prazo
O número de consultas ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito, indicador das vendas a prazo) cresceu 2,9% em novembro sobre o mês anterior, atingindo 1,2 milhão. Na comparação com novembro de 95, a alta foi de 42%.
A ACSP ressalta que, apesar da queda no número de carnês em atraso no mês de novembro, o volume continua alto. E informa que o aumento das vendas a prazo continua sendo o principal fator que leva à inadimplência.
Já as consultas ao Telecheque (1,1 milhão) cresceram 3,50% em novembro sobre outubro e 11% em relação a novembro de 95.
Falências decretadas
O número de falências decretadas em novembro caiu 5,7%, para 150. Em relação ao mesmo mês de 95, houve crescimento de 72,4%.
As falências requeridas (1.159) cresceram 2,8% sobre outubro. Já na comparação anual houve queda de 11,5%.
Os pedidos de concordata (19) apresentaram queda de 9,5% sobre o mês anterior e de 26,9% na comparação anual.
"O quadro atual não é totalmente ruim, mas continua um pouco preocupante", diz Alfieri.

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