São Paulo, terça-feira, 3 de dezembro de 1996
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Colecionadores são últimos consumidores

PATRICIA DECIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Muito mais perto do que as cidades de interior, tem gente que quer vinil, sim. Eles são aficionados pelo produto em extinção e, às vezes, chegam a pagar mais por algum título raro ou com faixas diferentes.
Alguns têm coleções com mais de 5 mil discos, juntando LPs, discos de 78 rotações e compactos. É o caso de Ayrton Mugnaine, letrista e jornalista que compra e guarda tudo o que aparecer.
"Ainda tem muita coisa que não saiu em CD. Veja, o vinil tem mais de 40 anos, e o CD, menos de 10. É normal que eu ainda procure -e encontre- coisas legais em LP", afirma Mugnaine.
Para alguns, a graça do vinil está mais na forma do que na qualidade do som. "Tenho discos autografados em vinil que comprei em CD. Às vezes, ouço o CD e fico curtindo a capa do vinil", diz Mugnaine.
A mesma opinião tem o vocalista da banda Língua de Trapo, Laert Sarrumor. "O disco é bonito. Há todo um lado afetivo e estético, até rodando no prato é gostoso de olhar", afirma o músico, que tem mais de mil discos e menos de cem CDs.
Por incrível que pareça, o principal problema desses colecionadores é encontrar equipamento para ouvir suas coleções. Mugnaine, por exemplo, mantém em casa uma radiovitrola dos anos 50 para ouvir seus 78 rotações.
Nos EUA, vinil virou mesmo item de colecionador. Publicações como a "Goldmine" servem como uma grande bolsa de vendas. Há anúncios de raridades do mundo todo a preços que ultrapassam centenas de dólares.
(PD)

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