São Paulo, quarta-feira, 4 de dezembro de 1996 |
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Sem marca
NELSON DE SÁ
- Sem dúvida, o que explica em boa parte o reconhecimento da sociedade, em relação ao governo, é o Real. É o eixo de sustentação. Até aí, o óbvio. O Real elegeu e sustenta FHC. - O outro elemento importante é a confiança que a população tem no presidente. É a sedução de FHC, inegável. Mas, por fim: - E começa a ter também o reconhecimento da ação social do governo... Não, não. Maluf, na eleição, venceu porque FHC nada tinha a oferecer, além do Real e da simpatia. Não tem obras, como Maluf. - Este governo se ressente de certa dificuldade para comunicar o que faz, pela própria natureza. Não tem obras espetaculares. Em tom de lamúria: - É mais difícil mostrar um conjunto de atividades pulverizadas do que duas ou três obras de visibilidade. Aí está certo o porta-voz, improvisado de publicitário de FHC. Mas, mais lamúria, na mesma linha: - O problema da comunicação do governo, no nosso sistema descentralizado, é que alguns vão numa direção, outros vão noutra. E torna mais difícil, para a população, perceber a marca... A marca. O governo FHC, agora que a marca do Real está gasta, aliás, foi toda gasta na eleição presidencial anterior, está sem marca. Não tem obras de "visibilidade", o que não quer dizer, claro, viadutos ou estradas: FHC não tem ação social de "visibilidade". O porta-voz esforçou-se, lembrou a imagem da educação, mas não ocultou a própria angústia diante de seu presidente-candidato sem publicidade, sem marca, enfim, sem Duda Mendonça. Texto Anterior: Vale quer investir R$ 250 milhões no PA Próximo Texto: Juiz manda arquivar inquérito policial sobre a venda da Vasp Índice |
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