São Paulo, quarta-feira, 4 de dezembro de 1996 |
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Cadáver é encontrado em parque de SP
MAURO TAGLIAFERRI
O cadáver foi visto às 6h40 por Ednaldo Domingos Cabral, membro da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Somente a região próxima ao corpo foi interditada. A polícia técnica só chegou ao local às 10h e esperou até as 11h10 pelo Corpo de Bombeiros. Só então o cadáver foi retirado do córrego. Sob os olhares de cerca de 50 frequentadores do parque, inclusive crianças que visitavam a Bienal, o corpo foi despido e examinado. Os peritos deixaram o parque às 12h. Segundo Marcelo Augusto Dias, delegado titular do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), naquele momento foi passada, por rádio, autorização ao centro de comunicação da polícia para a remoção do corpo. Porém, a instrução só chegou ao Instituto Médico Legal da região sul às 17h46. O cadáver foi recolhido às 18h30. A GCM manteve a área isolada por todo o dia, mas o corpo era facilmente observável. Ninguém da diretoria do IML ou do Departamento Estadual de Polícia Científica foi localizado para explicar a demora. Para o médico legista Cláudio Rosa, a responsabilidade foi do atraso na autorização para a retirada do corpo. Mas ele próprio disse que o IML-sul trabalha com apenas um carro, que chega a percorrer distâncias de cem quilômetros entre uma remoção e outra. Também o delegado encarregado do caso, Luiz Marturano, afirmou não saber justificar a demora. Pancadas O exame dos peritos no cadáver revelaram que ele sofreu duas pancadas na cabeça, mas somente a autópsia indicaria se elas lhe causaram a morte, cujo horário foi estimado em 22h de anteontem. A polícia também não sabe se a morte aconteceu no parque nem em que lugar do córrego o corpo foi atirado. Os policiais aventam a hipótese de o cadáver ser de um garoto de programa, já que o Ibirapuera é cenário de prostituição e encontros homossexuais durante a noite. A hipótese é reforçada pelo fato de que o homem estava trajando roupas íntimas femininas pretas, no formato "fio dental". O Ibirapuera é a principal área de lazer a céu aberto da capital paulista. Engloba área de 1,584 milhão de metros quadrados e recebe cerca de 200 mil pessoas aos finais de semana. Conta com efetivo de cem guardas metropolitanos, que se revezam em turnos de 25 policiais em cada um. As ocorrências mais comuns são furtos e roubos. Este ano, um corpo foi encontrado lá no dia 30 de março. Texto Anterior: Mulher pede segurança em cemitério Próximo Texto: Local não é seguro à noite Índice |
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