São Paulo, quarta-feira, 4 de dezembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Juiz determina ida de 3 crianças ao PR

MÁRIO MOREIRA
DA SUCURSAL DO RIO

O juiz Siro Darlan, da 1ª Vara da Infância e da Juventude do Rio, determinou ontem o retorno para Guarapuava (PR) de 3 das 13 crianças encontradas com a parapsicóloga Eneida Magalhães, na semana passada, em Jacarepaguá (zona oeste do Rio).
Com isso, Josiane Ribeiro, 11, Anderson Rodrigo de Oliveira, 11, e Júlio César, 9, -conhecidos como Liana, Lincoln e Lídio, respectivamente- deixarão o Cemasi (Centro Municipal de Ação Social Integrada) Ayrton Senna, na Mangueira (zona norte), onde estão desde quinta-feira passada.
Eles voltarão de carro para o Paraná, acompanhados de representantes do juizado de Guarapuava, sob cujos cuidados ficarão a partir da agora, esperando nova adoção.
Os três, que estão no Cemasi com os outros dez "irmãos", dizem que querem voltar a morar com Eneida Magalhães, que acreditam ser sua mãe verdadeira.
A decisão de Siro Darlan foi tomada a pedido do juiz da Vara da Infância e da Juventude de Guarapuava, Renê Pereira da Costa.
Eneida havia conseguido a guarda das três crianças em 1990, em Guarapuava, com vistas a futuras adoções. Num prazo de 90 dias, ela deveria receber a visita de equipe do Juizado de Menores, que analisaria as condições para as adoções.
Em março deste ano, Renê Pereira da Costa descobriu que o processo relativo às três crianças estava parado desde 90 e, no dia 17 de julho, expediu um mandado de prisão contra Eneida.
Em novembro, ela foi a Guarapuava com as crianças e convenceu o juiz a revogar sua prisão e a manter a guarda das crianças com ela. Nova visita para analisar as adoções foi marcada para janeiro.
Segundo Siro Darlan, a notícia da prisão de Eneida na semana passada, no Rio, levou o juiz paranaense a solicitar o retorno das crianças para Guarapuava. Eneida admitiu ter certidões de nascimento falsificadas e que as crianças não são seus filhos verdadeiros.
A polícia prendeu ontem o marido de Eneida, Roberto Souza Rocha, acusado de participar da falsificação das certidões achadas na casa da parapsicóloga. A Folha não conseguiu falar com Rocha até o fechamento da edição.

Texto Anterior: Local não é seguro à noite
Próximo Texto: Acusado no caso Bodega é reconhecido
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.