São Paulo, quarta-feira, 4 de dezembro de 1996
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Mãe dorme em fila, mas não obtém vaga

Pais peregrinam atrás de matrícula em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

Muitos pais de alunos em idade escolar continuavam ontem a peregrinação atrás de vagas de 1ª série nas escolas estaduais, onde as matrículas começaram anteontem.
A empregada diarista Rosana da Glória, 34, visitou pelo menos quatro escolas da região da Vila Brasilândia (zona norte), onde mora, atrás de uma vaga para seu filho Róbson da Glória Ramos, que vai fazer 8 anos em março.
Ela dormiu de domingo para segunda na fila para matrícula na Escola Estadual de Primeiro e Segundo Graus Dr. Ubaldo Costa Leite, no Jardim Guarani, mas não conseguiu vaga.
"Moro na rua da escola. Eu trabalho e não teria como levá-lo para estudar longe. Além disso, minhas quatro filhas mais velhas já estudam aqui", disse Rosana.
Ela já havia enfrentado a fila de matrícula no ano passado, mas também não conseguiu inscrever o filho. "Ele precisaria ter 7 anos completos até 28 de fevereiro, mas o aniversário dele é no dia 11 de março. Por causa de 11 dias ele não pôde estudar", disse.
As vagas na escola Dr. Ubaldo Costa Leite terminaram por volta das 9h30 de anteontem. No portão, um aviso indicava outras seis escolas (três estaduais e três municipais) onde ainda haveria vagas para a 1ª série.
A Folha consultou as seis escolas e em nenhuma delas havia mais vagas. Nas escolas municipais, as matrículas começaram em outubro, e as vagas terminaram em poucos dias.
Segundo a vice-diretora da Dr. Ubaldo, Neuza Alice Tafeli, o problema da falta de vagas já vem acontecendo há quatro anos.
Neste ano, a escola ofereceu 140 vagas na 1ª série, que foram preenchidas em menos de duas horas. No ano passado, haviam sido oferecidas 280 vagas.

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