São Paulo, quarta-feira, 4 de dezembro de 1996
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Romeno sofre segundo calote

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

Em seu segundo trabalho feito no Brasil, o chefe de tripulação romena, Dumbrave Yoan leva, agora em Belém, o segundo calote no país.
No ano passado, ele ficou cinco meses sem salários em um navio grego ancorado no porto do Rio de Janeiro.
"Daquela vez foi mais fácil, porque o navio estava carregado de açúcar. A mercadoria foi leiloada e a tripulação recebeu salários, indenizações e passagens", afirmou o chefe da tripulação.
Yoan afirmou que, resolvidos os problemas, pretende voltar com outros navios ao Brasil.
"Não acho que o país dê azar e não fui enganado por brasileiros."
"Nada tenho tampouco contra gregos ou judeus. Um empresário desonesto não implica que todo o povo seja desonesto", disse ele.
Família
O último contato telefônico de Yoan com a família foi feito há dois meses.
Seus parentes estavam sobrevivendo com parte dos US$ 1.000 remetidos por ele em junho.
Há 30 anos tripulando navios, o romeno nunca ficou tanto tempo sem falar com parentes nem mandar dinheiro para a mulher e os três filhos -de 18, 15 e 12 anos.
Gesticulando bastante, falando alto e com lágrimas nos olhos, o marinheiro disse não saber como a família está passando agora.
"Quando viajei, em maio, podia manter a minha família e nenhum deles trabalhava", disse.

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