São Paulo, quarta-feira, 4 de dezembro de 1996
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Marido de Cláudia Liz contesta clínica

RICARDO FELTRIN
DA REPORTAGEM LOCAL

O publicitário Celso Loducca, marido de Cláudia Liz, divulgou ontem nota à imprensa na qual afirma ter telefonado para a clínica Santé às 12h15 do dia 8 de outubro, dia em que Liz entrou em coma durante uma anestesia.
O horário entraria em conflito com o fornecido pela médica Ana Helena Patrus de Sousa, dona da Santé. Ela afirma ter falado com Loducca por volta das 15h30.
Na nota, o publicitário diz que ligou às 12h15 do Rio de Janeiro, onde estava. No entanto, não falou com a médica.
Na nota ele nega ter prestado queixa contra a clínica. "Fui convocado por aquele órgão (CRM) para prestar depoimento em inquérito aberto pelo mesmo."
Na verdade, trata-se de uma sindicância e Loducca não foi convocado. Foi convidado a falar ao órgão e o fez espontaneamente.
Segundo Célio Levyman, responsável pelo caso no CRM, Loducca formalizou um pedido de apuração do caso pelo conselho. "Tecnicamente é uma queixa", disse Levyman.
Anteontem, Loducca fez queixa sobre os procedimentos da Santé, mas não se queixou formalmente dos médicos da clínica.
Para ele, a Santé omitiu informações sobre o estado de Liz, que teve um broncoespasmo e entrou em coma no pré-operatório.
A médica Ana Helena, que iria fazer uma lipoescultura em Liz, não desmentiu o horário informado por Loducca na nota.
"Ele pode até ter ligado às 12h15, não duvido. Só que nesse momento eu estava com a Cláudia. Poderia ter ligado minha mãe, minha filha ou o papa. Eu não largaria a paciente", disse a médica.
Ainda segundo a cirurgiã plástica, "às 12h15 ainda não havia nenhuma informação a ser dada a Loducca". Nesse momento, afirmou, a modelo e atriz estava na sala cirúrgica.
Levyman disse que o CRM ainda não descartou a hipótese de erro médico, "embora ainda seja precoce avaliar essa possibilidade".
Ele confirmou que a Santé "tem estrutura adequada" e que não foram encontradas irregularidades em sua infra-estrutura.
No entanto, acrescentou que "a participação individual dos médicos envolvidos no caso ainda é objeto de investigação".
Até segunda-feira, o CRM analisava apenas os procedimentos dos médicos envolvidos no caso, bem como os medicamentos utilizados em Liz. Segundo apurou a Folha, até esse dia a tendência era de o processo ser arquivado. A queixa de Loducca fez com que o órgão investigue também os procedimentos éticos dos médicos.

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