São Paulo, quarta-feira, 4 de dezembro de 1996 |
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Paris vê trabalho de escultores brasileiros
BETINA BERNARDES
Esculturas do mineiro Amilcar de Castro e Shirley Paes Leme foram trazidas do Brasil para comemorar os 30 anos de existência da galeria Debret. Os organizadores da exposição querem mostrar, com as obras dos dois artistas que vivem em Minas Gerais, um novo olhar, longe do pitoresco, sobre a arte brasileira. A idéia é dar aos franceses a oportunidade de entrar em contato com a maturidade e a independência de diferentes gerações (Shirley foi aluna de Castro) e pólos culturais da arte no Brasil. "Reunir em uma só exposição Castro e Shirley é testemunhar quanto a arte brasileira é simultaneamente coerente e diversificada, da geometria à organicidade, do ferro à madeira, do plano ao volume", diz Marco de Andrade, professor de história da arte na Universidade Federal de Uberlândia. Shirley veio a Paris para a exposição. Daqui, segue à Alemanha, onde deverá participar de uma mostra no ano que vem. "Acho que as últimas notícias sobre queda de avião e a mineirice do Amilcar, um ermitão, contribuíram para que ele não viesse", disse Shirley à Folha. A Debret expõe 11 esculturas de Castro e sete de Shirley. Essa é a quarta exposição da artista na Europa. Nascida em Goiânia e com formação em Berkeley (Estados Unidos), ela constrói sua obra a partir de gravetos presos com arames ou unidos sob uma estrutura de ferro ou outros materiais. "Ela trabalha como se fosse o primeiro ser humano a criar formas no espaço para povoar o mundo, numa interação entre o ser e a matéria", diz Tadeu Chiarelli, professor de história da arte da USP. São uma mostra do longo e extenso trabalho do artista, que veio da experiência concretista e construiu uma linguagem própria, estimulada pelo abstrato e pela matéria. Texto Anterior: 'Quero comprar mais 30 quadros brasileiros' Próximo Texto: Museus ingleses podem perder doações Índice |
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