São Paulo, quarta-feira, 4 de dezembro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Carta de 1993 traz suspeita sobre Clinton Investidor indonésio pressionou presidente CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
Riady é um dos principais nomes do caso Asiagate, que envolve possíveis contribuições ilegais de empresas estrangeiras para a campanha pela reeleição de Clinton. Na carta, Riady pedia ao presidente que os EUA reatassem relações com o Vietnã, mantivessem a China entre seus parceiros comerciais privilegiados e ajudassem o presidente Suharto, da Indonésia, a participar de uma cúpula econômica em Tóquio, no Japão. Todas as medidas aconselhadas por Riady acabaram adotadas pelo governo Clinton. A família Riady é dona do poderoso grupo Lippo, que tem um banco em Arkansas, Estado natal de Clinton. O pivô do caso Asiagate, o ex-vice-presidente do Partido Democrata John Huang, foi funcionário do grupo Lippo. Contribuições de cerca de US$ 700 mil foram feitas em nome de funcionários do grupo à campanha pela reeleição de Clinton. Todas já foram devolvidas por suspeita de ilegalidade. A Casa Branca não revelou a íntegra da carta de Riady, mas confirmou trechos do seu conteúdo. Para o porta-voz de Clinton, Mike McCurry, o presidente recebe centenas de cartas com sugestões e "não há nada errado nisso". Clinton disse que suas decisões em relação à Ásia nunca foram afetadas por contribuições políticas. O candidato da oposição à Presidência deste ano Bob Dole acusou Clinton de ter sido condescendente com a Indonésia na questão do Timor Leste por causa das pressões de Riady. O Partido Republicano, de oposição, pediu que um promotor independente seja nomeado para apurar o caso. A secretária da Justiça, Janet Reno, recusou três pedidos com esse objetivo sob o argumento de que eles não contêm evidência que incrimine qualquer alto funcionário do governo. A polícia federal dos EUA (FBI) está investigando o Asiagate. Em princípio, a campanha pela reeleição do presidente é administrada pelo partido político a que pertence, não pelo governo. Sem envolvimento do presidente ou seus assessores, não haverá promotor. Texto Anterior: Brasil apóia tortura Próximo Texto: Líderes da Europa adotam resolução para conter armas Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |