São Paulo, quarta-feira, 4 de dezembro de 1996
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MAIS CARROS, MENOS CAROS

O anúncio de novos investimentos pela General Motors soma-se a outros feitos pela Volkswagen, Ford, Hyundai, Toyota ou Renault.
São notícias promissoras não apenas pelos volumes envolvidos (as montadoras acenam com recursos de pelo menos US$ 10 bilhões nos próximos cinco anos), mas por obedecerem a um padrão menos concentrado de localização industrial.
A Renault escolheu o Paraná, a Volkswagen definiu-se por Rezende, no Rio de Janeiro, a GM construirá em São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, assim como a Fiat há alguns anos, pioneiramente, escolheu Minas Gerais.
São muitas as razões para essa relativa "desconcentração": das vantagens fiscais oferecidas por governos estaduais às ineficiências típicas da proximidade com os grandes centros (congestionamentos, poluição, pressões sindicais), passando por fatores como o Mercosul.
A nova onda de investimentos no setor automobilístico tem ainda uma grande vantagem. Trata-se de um setor industrial em que as modificações tecnológicas, de design e gerenciais têm passado por transformações intensas, de dimensão global.
Essa dimensão de integração à ordem econômica mundial é ilustrada pela atitude da própria GM, que posicionou-se publicamente em defesa do regime automotivo brasileiro, em carta enviada ao governo dos EUA.
Entretanto, para as indústrias de autopeças, que não contam com o mesmo nível de proteção das montadoras, a pressão pela racionalização de custos e pela melhoria de qualidade chega a ser desproporcional.
É importante que a excessiva proteção oferecida pelo regime automotivo brasileiro às montadoras seja de fato temporária e que os benefícios dessas empresas sejam o quanto antes transferidos aos consumidores.
Como se sabe, nos últimos anos ocorreu um aumento contínuo dos preços de carros populares. Espera-se portanto desses investimentos que permitam não apenas a produção de mais carros, mas que estes sejam, também, menos caros.

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