São Paulo, quinta-feira, 5 de dezembro de 1996
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Aposentado é morto ao reagir a assalto

DA REPORTAGEM LOCAL

O aposentado Waldemar Zanini, 63, foi morto ontem, às 10h50, com um tiro no pescoço ao reagir a um assalto na rua do Tesouro (região central de São Paulo). Dois adolescentes foram detidos e acusados do crime. Outros três rapazes fugiram.
Zanini trabalhava prestando serviços para uma imobiliária no centro da cidade. Ele havia ido ao Bamerindus para pagar contas e também iria sacar dinheiro.
Segundo o delegado André Luiz Antiqueira, do 1º DP, os assaltantes estariam observando os clientes do banco. Quando Zanini deixou a agência bancária, ele foi abordado pelos ladrões.
Um deles, G.P.S., 17, estava armado com um revólver. Eles exigiram que o aposentado lhes entregasse o dinheiro. Zanini teria reagido e o adolescente, disparado.
A bala acertou o pescoço e o aposentado caiu. Em seguida, G.P.S. e L.B.A., 17, e outros três foragidos saíram correndo pela rua do Tesouro. Dois PMs, que estavam patrulhando a rua, ouviram o disparo e perseguiram os garotos.
No meio da multidão, outro disparo foi feito, segundo os PMs, pelos adolescentes. A bala errou o alvo e acertou a virilha do vendedor Roberto Miguel da Costa, 25.
Detidos
A perseguição continuou e os policiais conseguiram alcançar os adolescentes na ladeira Porto Geral. Os dois foram detidos no 1º DP, no Pátio do Colégio (centro), onde foram reconhecidos por testemunhas como os autores do assalto ao aposentado.
Com G.P.S., a polícia apreendeu um revólver calibre 38 com apenas um cartucho deflagrado. "Não sabemos quem acertou o vendedor", disse o delegado.
Zanini morreu quando estava sendo levado ao pronto-socorro do hospital Vergueiro. Ele era casado e morava em um apartamento em Santana (zona norte).
Os assaltantes não conseguiram roubar nada do aposentado, mas a polícia não sabia até as 18h quanto Zanini tinha em dinheiro no bolso.
O vendedor também foi levado ao hospital e, após ser medicado, foi liberado. A polícia não conseguiu mais localizá-lo, pois, segundo o 1º DP, o endereço e o telefone que ele teria fornecido no hospital não existem.
A Polícia Civil fez o auto de apreensão dos acusados e os encaminhou no final da tarde ao SOS Criança. Eles não quiseram depor.
Amanhã, a Justiça deverá ouvir os depoimentos dos adolescentes e, só então, deverá decidir se eles permanecerão internados por causa do crime.

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