São Paulo, quinta-feira, 5 de dezembro de 1996
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Vítimas temem saques em casas destruídas

LUCIANA BENATTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A demora no pagamento das indenizações aos moradores que tiveram suas casas atingidas pelo acidente com o Fokker-100 da TAM, em 31 de outubro, vem causando dois problemas.
O primeiro diz respeito à segurança. Segundo os moradores, desde segunda-feira o carro da Polícia Militar encarregado de fazer a segurança do local foi retirado.
Os moradores dizem que tiveram de chamar a polícia porque havia pessoas tentando saquear as casas semidestruídas.
A reportagem da Folha entrou em contato ontem com o 3º Batalhão de Polícia Militar Metropolitana, responsável pelo policiamento na região.
O oficial responsável, que se identificou apenas como tenente Loureiro, disse que o carro foi retirado porque está sendo utilizado para atender outras ocorrências.
Segundo ele, além da falta de veículos, também há falta de efetivo. "A gente não tem como manter uma viatura eternamente no local", afirmou.
A manutenção de um carro de polícia no local "ficou um mês onerando o policiamento em outras áreas, porque era um carro a menos para atender a população do Jabaquara", segundo ele.
Ele afirmou ainda que o patrulhamento continua sendo feito, sem que o carro fique na rua.
Segundo o tenente, a segurança em área privada fica por conta de quem gerou o problema. "A TAM deveria ter providenciado a mudança desse material."
Chuvas
O segundo problema, agravado pelas chuvas que atingiram São Paulo nos últimos dias, é provocado pelas infiltrações e rachaduras nas casas que foram destelhadas.
Segundo Gisele Cristina Cardoso, 21, moradora da rua Luís Orsini de Castro, local mais afetado pela queda do avião, durante a chuva da última segunda-feira foi preciso colocar panos e baldes pela casa para conter a água que escorria pela escada e pelas paredes.
Os tapetes foram retirados.Além disso, com a chuva o problema das rachaduras nas paredes e nos muros da casa está se agravando.
Desde o dia do acidente a casa está coberta com uma lona preta colocada pela prefeitura.
O assessor da presidência da TAM, Paulo Pompílio, informou que mais de 70% dos moradores já foram indenizados. Ele afirmou que a segurança é responsabilidade da Polícia Militar.

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