São Paulo, quinta-feira, 5 de dezembro de 1996
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Área urbana tem 78% dos sem-escola

DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Brasil tem hoje 2,7 milhões, 10%, do total de crianças entre 7 e 14 anos que não frequentam a escola. A maior parte delas (78%) vive nas regiões Nordeste e Sudeste, principalmente nas zonas urbanas.
Os nove Estados do Nordeste abrigam 1,4 milhão das crianças em idade escolar que não estão estudando. O Sudeste, 700 mil.
As áreas urbanas nordestinas são responsáveis por 66% do déficit de salas de aula na região. Cerca de 30% da população entre 7 e 14 anos do país vive no Nordeste.
Pesquisa feita pelo MEC e Bird (Banco Mundial) concluiu que, se não forem feitos novos investimentos para construir escolas no Nordeste, o déficit de vagas na região em 1999 vai variar entre 27 mil e 31,7 mil salas de aula.
Segundo o estudo, seria preciso construir 23 mil salas de aula para acabar com defasagem no atendimento nas zonas urbanas do Nordeste. A falta de vagas está concentrada sobretudo nas capitais.
Esses municípios são responsáveis por 42,2% do déficit de escolas em zonas urbanas da região. A capital que tem maior percentual de falta de salas de aula em relação ao resto do Estado é Natal. A pesquisa apontou que Bahia e Ceará seriam os Estados com maior déficit de salas de aula em 1999, seguidos por Maranhão e Alagoas.
O MEC (Ministério da Educação e do Desporto) considera o déficit de escolas um problema setorizado dos Estados nordestinos e das grandes cidades do Sudeste, fruto da falta de planejamento das secretarias estaduais e municipais.
Isso porque é muito comum que faltem vagas nas escolas dos bairros mais populosos, enquanto sobram lugares em outros bairros.
Boa notícia
Mesmo sendo responsável por 25,9% das crianças entre 7 e 14 anos fora da escola no país, a região Sudeste tem o maior percentual de escolaridade do Brasil: 93,6% da população em idade escolar está estudando.
Outra boa notícia é que a matrícula inicial no ensino fundamental nas escolas da rede pública do Nordeste cresceu 1,9% em 1996 em relação a 1995. Isso equivale a 160 mil novas vagas para crianças entre 7 e 14 anos.
Bahia e Ceará -onde havia sido registrado o maior déficit de salas de aula- foram os Estados que apresentaram maior crescimento de matrículas novas: 3,8% e 4%, respectivamente.

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