São Paulo, quinta-feira, 5 de dezembro de 1996
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Nelson Félix ganha prêmio na Bienal

DA REPORTAGEM LOCAL

O artista plástico carioca Nelson Félix foi o vencedor do prêmio concedido pela TV paga Bravo Brasil (TVA). Félix receberá US$ 10 mil da TV, em operação desde julho. O anúncio foi feito na noite de anteontem, durante recepção no pavilhão da Bienal.
O premiado foi escolhido entre os seis artistas brasileiros presentes na seção Universalis. Além de Félix, a Universalis Brasil conta com instalações de Georgia Kyriakakis, Roberto Evangelista, Flávia Ribeiro, Éder Santos e Arthur Barrio. A seleção foi feita por um grupo de cinco curadores: Lisette Lagnado, Rodrigo Naves, Nelson Brissac Peixoto, Lorenzo Mammi e Norval Baitello.
Nelson Félix apresentou uma instalação composta por duas esculturas confeccionadas em mármore de Carrara branco. A peça maior pesa cerca de três toneladas. A menor pesa cerca de 500 quilos e está dividida em quatro partes que se unem e formam uma só peça.
As duas peças representam vazios que existem no cérebro e em todo o sistema nervoso. A menor delas está apoiada em pequenas peças de ferro que também simulam esses vazios. A peça maior custou a Félix cerca de dois meses de trabalho, com a ajuda de dois assistentes.
"O que me apaixona nesse trabalho é que trabalho com um vazio que possui uma forma e assim ganha existência", disse o artista à Folha ainda durante a confecção do trabalho.
Félix realizou, em 1993, um trabalho em ferro em que também discutia os vazios do sistema nervoso. "Os trabalhos que me apaixonam são aqueles que geram filhos, outros trabalhos".
As esculturas de Félix trabalham com dicotomias e instabilidades. Remetem à tensão causada pela contraposição de elementos antagônicos. A peça maior está suspensa no ar, enquanto a pequena parece atraída pela força da gravidade. Transmitem uma delicadeza, mesmo sendo confeccionadas em mármore, e remetem ao dano irreversível que a ruptura de um vazio -no caso do sistema nervoso- pode causar.
A TV paga Bravo Brasil, que deu o prêmio a Félix, pretende conceder vários prêmios anuais a diversas áreas artísticas. Para 1998 já existem planos de premiação de um escritor na Bienal do Livro.

Evento: 23ª Bienal Internacional de São Paulo
Onde: Pavilhão Ciccillo Matarazzo (portão 3 do parque Ibirapuera; tel. 011/574-5922)
Quando: até domingo, das 9h às 23h
Entrada: R$ 5 e R$ 10 (fim-de-semana); os ingressos podem ser adquiridos pelo tel. 0800-111951 ou nas bilheterias do museu

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