São Paulo, quinta-feira, 5 de dezembro de 1996
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Síndrome de Down; Projeto; Ausência de notícias; Criatividade; Campeonato Brasileiro; Contrastes; Efeitos visíveis; Privatização; Ombudsman

Síndrome de Down
"Escrevo para, sem entrar no mérito da discussão do aborto, discordar da opinião do dr. Thomaz Gollop emitida na reportagem 'Justiça começa a autorizar o aborto'.
Diz o dr. Gollop: 'Muitos juízes acham que é possível lidar com a síndrome (de Down) de uma maneira tranquila. Não é na verdade, mas, enfim, é um conceito'.
Não é o que pensam as centenas de milhares de pais que se reúnem em associações, para reivindicar e lutar pela integração de seus filhos à sociedade.
É possível, sim, lidar com a síndrome de Down de uma forma tranquila, desde que tenhamos uma sociedade menos preconceituosa, capaz de conviver com todas as diferenças individuais, sejam elas de inteligência, de cor, de orientação sexual etc."
Ruy do Amaral Pupo Filho, médico, presidente da Associação Up Down de Santos (de pais de filhos com síndrome de Down) (Santos, SP)

Projeto
"Vimos declarar publicamente aos associados que nossa entidade, Icomos/Brasil, nem o Icomos/Unesco fizeram qualquer relatório sobre o projeto de Oscar Niemeyer para a Procuradoria Geral da República em Brasília.
O repórter Fernando Godinho recebeu um relatório de funcionários públicos do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) descontentes com a obra.
Entre os redatores do texto encontram-se associados do Icomos/Brasil seção do Distrito Federal, que dirigiram o documento à presidente do órgão pedindo manifestação de sua opinião.
Em tempo oportuno e ouvido o Conselho Deliberativo nosso parecer será emitido."
Suzanna Sampaio, presidente do Icomos/Brasil -Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (São Paulo, SP)

Nota da Redação - As críticas do Icomos citadas pela Folha estão contidas em documento da seção brasiliense da entidade.

Ausência de notícias
"Cada vez que leio na Folha uma notícia nova sobre a eleição municipal de Campo Grande e os absurdos que ocorreram, pergunto: por que nossos jornais locais não noticiam tais irregularidades e só quem tem acesso à Folha pode acompanhar tais notícias?"
Paulo Henrique A. Braga (Campo Grande, MS)

Criatividade
"Monumental (no espaço) a propaganda veiculada, em 3/12, por meio de nossa querida Folha. O toque genial, finalmente, chegou ao consumo do leite sem substância.
Humanos lindos, malhados como Fleckvieh, daí o toque global: gado europeu em paragens tupiniquins. Magros, como nossa miséria geral, então, o politicamente acertado.
Que profundidade!
A alusão ao mal do século, intrínseca: manchas ou sarcomas? Lindo! Quem sabe a cura pelo leite?
Bateu em criatividade a foto da camiseta ensanguentada do bravo guerreiro bósnio-sérvio-croata-ex-iugoslavo."
Thomas Bussius, editor (São Paulo, SP)

Campeonato Brasileiro
"Isso é que é não saber perder. A Folha quer que os grandes times de São Paulo ganhem o Campeonato Brasileiro sem ganhar os jogos decisivos.
Querem que o campeonato seja uma coleção de pontinhos acumulados numa competição longa, arrastada e cheia de manipulações de resultados.
Ser bairrista e parcial é falta de respeito com os leitores e falta de ética dos jornalistas."
Júlio César Borges de Resende (Brasília, DF)
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"Apenas uma correção no título do caderno de esportes de 2/12: os times não foram eliminados pelo regulamento do campeonato, que, em última análise, não entra em campo nem toma três gols em uma única partida; eles o foram pelos seus adversários, que foram mais eficientes no tal jogo de 180 minutos.
Se as finais eliminatórias são injustas, por que não outorgar o título ao Cruzeiro, time de melhor campanha? E por que só reclamaram agora, que nenhum grande clube paulista se classificou (não venham me dizer que a Portuguesa é grande)? Menos papo e mais futebol, gente!"
Marco Aurelio Castaldo Andrade (Maringá, PR)

Contrastes
"É lamentável, doloroso e revoltante ler reportagem como 'Minha única culpa foi ser tímida' (2/12).
Enquanto boa parte da população não tem o que comer, alguns mais abastados e privilegiados se operam para retirar dois quilos de gordura em clínicas sofisticadas e caríssimas.
Não consigo deixar de comparar isso com o que acontece dentro dos hospitais psiquiátricos, onde os que têm a infelicidade de lá entrar são tratados como animais."
Geraldo Peixoto, vice-presidente da Associação Franco Basaglia (São Paulo, SP)

Efeitos visíveis
"Enquanto a renda mínima vinculada à assiduidade escolar faz grande sucesso no Distrito Federal, amargamos aqui em São Paulo dois projetos de renda mínima engavetados.
Um está parado na Assembléia Legislativa e o outro entre "as moscas' na Câmara Municipal, e o resultado desse descompromisso pode ser observado em qualquer farol da cidade!"
Maria da Graça Nogueira (São Paulo, SP)

Privatização
"A privatização das empresas de energia elétrica do Rio de Janeiro foi muito festejada pelo governo. Mas quem comprou as duas empresas?
A Light é comandada pela EDF, uma empresa estatal. A Cerj foi adquirida por um consórcio: a EDP, uma estatal portuguesa, a Endesa, uma estatal espanhola, e a Chilectra, do Chile, pertencente aos fundos de pensão do país e aos próprios empregados da empresa.
Enquanto isso o governo brasileiro acaba de assinar um acordo com a África do Sul para privatizar via Eletrobrás parte do setor elétrico do país africano."
Luiz Cézare Vieira(Florianópolis, SC)

Ombudsman
"Nossos cumprimentos ao ombudsman pela propriedade e pertinência das observações feitas em 24/11 a respeito da questão das privatizações, sob o título 'Privado, mais caro, ruim'.
São opiniões corretas e lúcidas, que contribuem para o desejado aprimoramento do jornalismo econômico no Brasil."
Miguel Arcanjo Tadeu Feres, gerente de assuntos institucionais da Associação Brasileira dos Bancos Estaduais (Brasília, DF)

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