São Paulo, sexta-feira, 6 de dezembro de 1996 |
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Petistas e Buaiz aceitam "cessar-fogo"
IGOR GIELOW
O acordo veio após quase uma semana de intensa crise interna do partido no Estado, que culminou com a saída do secretário Rogério Medeiros (Fazenda) do PT. A intervenção foi orquestrada pelo secretário-geral do partido, Cândido Vaccarezza, que chegou ontem pela manhã a Vitória. Ele se encontrou com Buaiz, deputados estaduais e lideranças políticas locais. Oficialmente, veio dar apoio a Buaiz e negar especulações da saída do governador do PT. Veio também pedir investigação sobre o vazamento de um suposto rascunho de ata de reunião petista -estopim da atual crise. Em 25 de novembro, 23 caciques petistas se reuniram em Ponta Formosa, residência do bispo de Vitória. Anotações do encontro, apontando para crise interna do PT e problemas na gestão Buaiz, foram publicadas no domingo passado pelo jornal "A Gazeta". "Quero deixar claro que as notas são distorcidas. Quando, por exemplo, é falado que Lula teria dito que o PT é um avião que pode explodir, na realidade ele se referia a uma brincadeira feita comigo", disse Vaccarezza. Para o secretário-geral, o vazamento em si é o fato mais grave. "Estamos mandando cartas para todos os presentes na reunião pedindo a confissão do culpado", afirmou, ressaltando que defende a expulsão do autor. O episódio, isoladamente, não teria tido tanta repercussão não fosse a precária situação do PT no Espírito Santo. O partido governa, mas sua bancada é a mais ruidosa opositora na Assembléia. Em linhas gerais, 3 dos 4 deputados estaduais do partido são contra o projeto de reforma do Estado de Buaiz, que compreende privatizações e corte de privilégios do funcionalismo. Ao todo, a oposição tem em média 10 votos contra 19 pró-Buaiz. Agora, a direção petista segurou os ânimos até o dia 13, quando começa encontro em Brasília da Executiva Nacional do partido com o tema Espírito Santo. "Vamos lá para defender que o partido tome posição contrária à política de Buaiz. Nada além disso, nada de acordos", disse a líder da bancada, Brice Bragatto. O governador, entre rumores que também poderia deixar o PT, reafirmou sua disposição de prosseguir com a reforma. "Acato o que o partido decidir, mas preciso governar. Hoje estou divorciado de forma definitiva da bancada, e não vou atender os interesses de uma minoria do PT." Texto Anterior: Boas notícias no BID Próximo Texto: Pernambuco vai a debate Índice |
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