São Paulo, sexta-feira, 6 de dezembro de 1996
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Trio identifica 13 policiais torturadores

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

Três dos nove homens que foram inocentados da acusação do assalto e das mortes no bar Bodega reconheceram e acusaram 13 policiais civis de participação em ameaças, agressões e sessões de tortura no 37º DP e no 15º DP.
A advogada dos policiais nega a tortura. Os reconhecimentos fotográficos começaram às 17h30 e às 22h não haviam terminado ainda, pois três outros homens que foram presos e inocentados ainda não haviam consultado as fotos na Corregedoria da Polícia Civil.
Os nove haviam sido presos e foram soltos. A promotoria desconfiou que as confissões de três deles haviam sido obtidas sob tortura.
Na sequência, a polícia prendeu quatro outros acusados que confessaram o crime e estavam com objetos roubados no bar. O assalto ocorreu em 10 de agosto. Nele morreram a estudante Adriana Ciola e o dentista José Tahan.
Entre os reconhecidos por Valmir Vieira Martins, Valmir da Silva e Luciano Francisco Jorge estão quatro delegados -três do 15º DP e uma do 37º DP, que teve apenas dois policiais reconhecidos.
O delegado José Eduardo Jorge foi acusado de agredir um preso. O delegado João Lopes Filho foi acusado de ameaçar um preso e de presenciar uma agressão. Os delegados Antônio Primante e Marina Abigail Schimit Carreira foram acusados de presenciar agressões.
O investigador Alberto Sérgio de Castro Fernandes foi acusado de interrogar os presos enquanto eles estavam no pau-de-arara (instrumento em que o preso é pendurado pelos braços e pernas).
Os investigadores Alexandre Victal e José Eduardo de Almeida foram acusados de tortura. O carcereiro Wagner Porte, do 37º DP, teria agredido um dos inocentados. O investigador Roberto Fujita teria assistido à tortura e coordenado uma sessão. Os investigadores João Cabral, Manoel Fructuoso teriam assistido às sessões.
Fructuoso é apontado por Valmir da Silva como o único policial que o ajudou quando teve uma crise epiléptica no pau-de-arara. O investigador Renato Hek e o carceiro Renato Miranda foram acusados de uma agressão cada um.

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