São Paulo, sexta-feira, 6 de dezembro de 1996
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Minoritários no Mappin ganham na CVM

MILTON GAMEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Se depender do governo, o empresário Ricardo Mansur terá de pagar mais R$ 43 milhões pela compra do controle acionário da Casa Anglo, dona da rede de lojas de departamentos Mappin, adquirida em agosto passado.
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários), autarquia ligada ao Ministério da Fazenda, enviou ontem ao empresário e às Bolsas de Valores um ofício em que determina a elevação do preço oferecido por Mansur aos sócios minoritários da empresa.
Na oferta pública para a compra das ações ordinárias (com direito a voto) remanescentes no mercado, ele ofereceu o preço de R$ 193,20 por lote de mil. A Superintendência de Relações com Empresas da CVM aprova a oferta pública, desde que Mansur eleve o preço para R$ 386,78 o lote de mil ações. A diferença, a favor dos minoritários, chega a R$ 43 milhões.
Segundo Carlos Augusto Junqueira de Siqueira, gerente de operações especiais da CVM, o novo controlador da Casa Anglo não incorporou, na oferta aos acionistas minoritários, uma dívida de R$ 38,5 milhões (valor de junho passado) contraída pela antiga controladora da empresa, a holding Actisa, junto à BNDESpar, empresa de participações do governo.
No cálculo, ele considerou apenas os R$ 23,15 milhões pagos à ex-dona do Mappin, Cosette Domit Alves.
"Entendemos que a dívida da controladora, assumida pelo novo dono, fez parte do preço pago à antiga proprietária. Por isso, deve ser incorporada à oferta feita aos demais acionistas", disse Siqueira.
Procurado pela Folha, Mansur não quis se manifestar. Disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que está estudando as medidas cabíveis. Ele tem 15 dias, a partir de hoje, para recorrer da decisão junto ao colegiado da CVM.

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