São Paulo, sexta-feira, 6 de dezembro de 1996
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Material da bomba leva a pista islâmica

Ninguém reivindicou atentado em Paris

BETINA BERNARDES
DE PARIS

A análise da bomba que explodiu na terça-feira em uma estação subterrânea do trem RER em Paris leva as investigações cada vez mais à pista islâmica.
A bomba era constituída, além de pólvora, de clorato de sódio, açúcar e enxofre, acondicionados em bujão de gás de 13 kg.
Apenas o sistema detonador é diferente dos usados na série de atentados ocorridos no meio do ano passado na França e que foram atribuídos à guerrilha argelina GIA (Grupo Islâmico Armado).
Mais sofisticado, o da bomba da estação Port-Royal era controlado por um relógio semelhante ao que se usa em fornos elétricos.
O atentado ainda não foi reivindicado. Segundo o jornal "Le Monde", os serviços de segurança haviam sido alertados no mês passado de que membros de um comando islâmico baseados no Afeganistão chegariam à França, via Itália, para cometer um atentado.
Em setembro, os serviços secretos tomaram conhecimento de um boletim clandestino do GIA, difundido por fax na Europa, em que o comando argelino se dizia disposto a ações contra a França.
Após os atentados de 95, os principais integrantes do GIA na França foram presos, mas os serviços secretos já demonstravam preocupação com a possível reconstrução da rede de apoio ao grupo no país.
A bomba que explodiu no Quartier Latin às 18h05 (hora local) de terça-feira matou duas pessoas, uma delas uma canadense que chegara ao país há poucos dias. O marido, que está internado com queimaduras, havia sido transferido para trabalhar na França. Continuam hospitalizados 22 dos 88 feridos.
Reforço de segurança
A polícia fez um apelo às pessoas que usaram a linha RER no dia do atentado e criou ontem número de telefone para obter informações.
Nas ruas, a segurança foi reforçada ontem. Portas de escolas são alvos preferenciais das patrulhas mistas de militares e policiais.

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