São Paulo, sexta-feira, 6 de dezembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Estados Unidos rejeitam Estado dos rebeldes no leste do Zaire

Região já tem nome dado pelos tutsis banyamulenges

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os Estados Unidos disseram ontem que não vão aceitar a criação de um Estado independente dos rebeldes no leste do Zaire -um Estado que, de fato, já existe.
Os rebeldes, liderados pelos tutsis banyamulenges, já declararam que o leste do Zaire passará a se chamar Congo Democrático.
Os guerrilheiros se declararam o Exército da Libertação Congolesa, e o rio Zaire se tornou rio Congo.
O nome do Zaire antes da independência era Congo Belga.
O atual governo do Zaire teme que seja criado na região um "império tutsi", já que a etnia africana controla Ruanda, Burundi e agora partes do leste zairense.
Há dois meses, os tutsis começaram uma ofensiva contra o Exército do Zaire, depois de receberem a ordem de deixar a região. Foram apoiados por cinco outros grupos, descontentes com Kinshasa.
Ontem, o ministro da Defesa do Canadá, Doug Young, disse que não deverá ser necessária uma intervenção militar na região nem a entrega da comida via aérea. Ele disse que as agências humanitárias já estavam operando no local para ajudar os refugiados que deixaram seus campos após a ofensiva tutsi.
A Tanzânia anunciou ontem que 500 mil refugiados hutus vão voltar a Ruanda até o fim do ano.
A decisão foi resultado de um acordo com a Acnur, a agência da ONU para refugiados. A Tanzânia disse acreditar que "não existe mais perigo" para os hutus (etnia rival dos tutsis) em Ruanda.
O Exército de Uganda disse ontem ter matado 50 rebeldes na cidade de Kasese. Os rebeldes teriam saído do Zaire para o ataque.

Texto Anterior: Ocidente pede empenho para paz na Bósnia
Próximo Texto: Material da bomba leva a pista islâmica
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.