São Paulo, sexta-feira, 6 de dezembro de 1996
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Coréia do Norte tem a maior deserção

JAIME SPITZCOVSKY
DE PEQUIM

Dezessete norte-coreanos fugiram de seu país por uma "trilha da liberdade" que cortou a China e os levou a Hong Kong.
São 16 integrantes de uma família e um policial, no maior grupo que já conseguiu fugir da Coréia do Norte, o país mais isolado do planeta e o dono do último regime comunista ortodoxo.
O grupo está num campo de refugiados em Hong Kong e deve ir, na próxima semana, para a Coréia do Sul.
Os desertores, incluindo uma mulher grávida e cinco crianças, saíram de seu país para a China no dia 26 de outubro com a ajuda do policial que aderiu ao grupo.
Na China, o grupo contou com o auxílio de coreanos que vivem no país. No último dia 23, eles chegavam a Hong Kong.
A fuga foi financiada com dinheiro enviado por familiares nos EUA. Não foi divulgado se os dólares serviram também para subornar funcionários dos serviços de imigração chinês e de Hong Kong.
Kim Kyong Ho, 68, líder do grupo, disse que era perseguido por ter nascido na atual Coréia do Sul, o que o tornava um "potencial espião". Ele fugiu com a mulher, filhos, cunhados e netos.
O recorde anterior pertencia a um grupo de 11 pessoas que foi em 1987 para a Coréia do Sul, passando pelo Japão.
Antes da família de Kim Kyong Ho, 34 norte-coreanos já tinham escapado neste ano para a Coréia do Sul. Houve 38 fugas no ano passado e 50 em 1994.
A Coréia do Norte enfrenta escassez de alimentos e combustível. A economia, ainda baseada no modelo soviético de controle estatal, entrou em colapso.
Apesar da pressão, o governo norte-coreano dá passos tímidos rumo a uma abertura a investimentos estrangeiros. O país também enfrentou no ano passado enchentes que reduziram a produção de arroz.

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