São Paulo, sábado, 7 de dezembro de 1996
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Assaltado pode ter atirado, diz delegado

DA REPORTAGEM LOCAL

O delegado Ulisses Augusto Pascolati, do 14º DP, não descartou ontem a hipótese de o tiro que matou a corretora Laís Aranha ter sido disparado por uma das vítimas do assalto. "É uma possibilidade que não podemos afastar de cara diante do grande número de tiros relatado por testemunhas", disse.
"Pelo que contaram, os assaltantes atiraram gratuitamente", afirmou o delegado.
Fernando Santos é sargento da PM e disse à polícia que faz bico na Pilz Engenharia, mas não como segurança. Nenhum dos responsáveis pela empresa foi encontrado na noite de ontem para confirmar a informação.
O delegado Pascolati disse que achou "estranho" o fato de um sargento da PM ir sacar uma grande quantia no banco desarmado. "O que não quer dizer que isso não possa ter ocorrido."
Muitos tiros
O motorista Genésio Gomes da Silva, que dirigia um ônibus parado no cruzamento no momento do assalto, disse à Folha que ouviu pelo menos dez disparos. "Eu fiquei abaixado e não vi nada, mas pelo barulho foi um tiroteio."
O ônibus foi atingido duas vezes.
O cobrador Isaías Freitas, que também estava no veículo, acredita que tenha havido "entre cinco e oito tiros".
O delegado observa que armas semi-automáticas podem disparar mais de dez vezes e que os assaltantes estavam em dois. "O volume de disparos pode não indicar nada, mas é preciso apurar", disse.
O Omega alvejado estava do outro lado da avenida Rebouças, na rua dos Pinheiros, quando foi atingido pela direita -o que indica que alguns tiros foram disparados na direção da calçada para a avenida.
Ontem, Pascolati pretendia voltar a tomar depoimento dos dois assaltados e esperava que balas encontradas no corpo da vítima e nos veículos pudessem esclarecer o tipo de arma usada.
Vanderlei Augusto Fonseca e o sargento Fernando Santos foram procurados na empresa e em telefones de recado na noite de ontem, mas não foram localizados.

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