São Paulo, sábado, 7 de dezembro de 1996 |
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Estudante de psicologia é morto por assaltantes
OTÁVIO CABRAL
O crime aconteceu por volta das 23h30 de quinta-feira, na frente da casa do estudante, na rua Júlio Menezes, Vila Monumento (zona sul de São Paulo). O assassinato foi presenciado pela namorada de Nehring, a psicóloga Karina Krikos Mazmanian, 34. A psicóloga afirmou que parou seu Escort na frente do prédio do namorado. Quando ele saiu do carro, com uma caixa com roupas que havia acabado de comprar, foi cercado por dois rapazes armados. "Eles mandaram o Luís Fabiano entregar a caixa, mas ele se desesperou e saiu correndo. Eu ouvi três tiros e vi meu namorado caído na calçada", disse a psicóloga. Os acusados dispararam ainda três tiros que acertaram os vidros do Escort de Karina. Segundo ela, os acusados aparentavam ter entre 14 e 16 anos e estavam armados com revólveres. Os dois vestiam bermuda jeans e camiseta branca e tinham o cabelo raspado "estilo Ronaldinho". Nehring ainda foi socorrido por uma equipe de resgate do hospital do Ipiranga, onde chegou morto. Calça jeans Karina contou que passou a quinta ao lado de Nehring, com quem namorava há cerca de dois anos. No final da tarde, foram ao shopping Iguatemi, onde ele comprou uma calça jeans na loja Zoomp, pagando cerca de R$ 100. "Ele saiu do carro abraçado à caixa da calça e foi cercado. Acho que não quis reagir, mas ficou assustado e correu. Ele morreu por causa de apenas R$ 100. É inaceitável tanta violência", afirmou. Nehring estava matriculado no segundo ano de psicologia na Faculdade São Marcos, na Mooca (zona leste de São Paulo). Além de estudar, ele trabalhava em uma auto-escola na avenida Nove de Julho (região central). Filho de um tenente-coronel do Exército e de uma dona-de-casa, Nehring era gaúcho de Porto Alegre. Seu corpo foi trasladado ontem para a cidade de origem, onde deve ser enterrado hoje. A polícia não conseguiu encontrar os acusados. O delegado Robson Chedid, do 6º DP (Cambuci), afirmou que pretende fazer retratos falados dos menores baseados nas descrições feitas por Karina. Medo O assassinato do estudante deixou apavorados os moradores da Vila Monumento, um bairro de classe média, sem histórico de violência. Ontem, com as marcas de sangue ainda presentes no chão da rua Júlio de Menezes, vários moradores afirmaram que pretendem colocar grades em suas janelas para evitar futuros assaltos. "O nosso bairro é calmo como uma cidade do interior. Não podia imaginar que um crime fosse acontecer aqui", afirmou a dona-de-casa Kazue Taira de Araújo. Texto Anterior: Polícia não investiga tiro em sede de governo Próximo Texto: Governo quer trocar penas por serviço Índice |
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