São Paulo, sábado, 7 de dezembro de 1996
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SP tem 601 pontos crônicos de alagamento

FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

A cidade de São Paulo possui 601 pontos crônicos de alagamento, segundo o último levantamento feito pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).
Destes, 129 pontos -21,4%- estão localizados na marginal Tietê, uma das regiões mais atingidas pelas enchentes.
Os dados constam do relatório interno elaborado pela CET, em novembro deste ano, para a Operação Enchente 97.
São informações colhidas no último período de chuvas (entre novembro de 95 a março de 96) que foram compiladas para orientar as ações da prefeitura neste verão.
O gerente de engenharia de tráfego da CET, Ricardo Teixeira, 38, afirma que a região do rio Tietê é a maior preocupação dos técnicos durante a época de chuvas.
No verão 94/95, ocorreram dez transbordamentos sob as pontes do Tietê, principalmente da Casa Verde (zona norte) e Aricanduva (zona leste). No último verão, foram sete vezes.
Cerca de 80% dos transbordamentos ocorrerem à tarde, coincidindo com o pico do trânsito.
Pistas alagadas
"Em alguns alagamentos, o leito do rio demorou mais de 12 horas para voltar ao normal e tivemos de esperar para liberar as pistas ao tráfego", afirma Teixeira.
Ele orienta as pessoas que trafegam pela marginal Tietê que se informem pela televisão, rádio ou pela CET (telefone 194, 24 horas por dia) antes de saírem com seus carros, nos dias de chuva.
A companhia está elaborando um plano para desviar os carros da marginal durante as enchentes.
O relatório da CET também aponta as principais ruas e avenidas da cidade que sofrem com os alagamentos.
"É um indicativo para que as ARs (administrações regionais) mantenham os bueiros limpos, para não provocar congestionamentos", diz Teixeira.
Mas nem todas as ARs estão seguindo a orientação. Em um trecho de 300 metros da avenida Inajar de Souza, na Freguesia do Ó (zona norte), alvo constante das enchentes, a Folha observou ontem oito bueiros entupidos.
Segundo levantamento da vereadora Ana Maria Quadros (PSDB), a prefeitura gastou até essa semana apenas 35% (R$ 17,8 milhões) do orçamento previsto para a limpeza de bueiros e conservação de galerias e bocas-de-lobo.
"Espero que o próximo prefeito utilize corretamente em 97 a verba prevista -cerca de R$ 50 milhões-, porque as enchentes se agravam com a cidade suja e os bueiros entupidos", diz.
O administrador regional em exercício da Freguesia do Ó, Antônio Calabrese, 40, admite que o ritmo de limpeza de bueiros não é o ideal. "Mas a causa das enchentes é o reduzido tamanho da galeria de águas pluviais, que está sendo reformada pela prefeitura."

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