São Paulo, sábado, 7 de dezembro de 1996 |
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Saindo dos eixos
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE Quando Goiânia abrigou o Mundial de motociclismo, há alguns anos, no dia da corrida faltou Coca-Cola nos bares e restaurantes da cidade.O "Zero Hora", de Porto Alegre, traz regularmente noticiário de categorias como rali e motocross. Em Mato Grosso, um piloto da região, que corre na Europa, merece entrevista na repetidora local da TV Globo. Fanáticos por automobilismos, os paranaenses já possuem um dos circuitos mais modernos do país. Sem falar que boa parte da última safra de pilotos brasileiros no exterior provém daquele Estado. São Paulo tem o GP Brasil de F-1. Estima-se que o público não paulistano seja maioria nas velhas arquibancadas de Interlagos. O Rio tem a Indy, que não foi capaz de lotar Jacarepaguá. Gente do ramo avalia que se a corrida acontecesse no tal oval de Itupeva, no interior paulista, não seria difícil reunir 200 mil pessoas. Esses são apenas alguns exemplos. Mas explicam por que Nelson Piquet resolveu tomar conta da pista que leva seu nome em Brasília. E por que ele está promovendo a BPR em Curitiba, neste fim-de-semana, e em seu próprio autódromo, no outro. Explica, também, por que a inédita etapa brasileira da Indy Lights, a primeira fora dos EUA, é planejada para Goiânia. Habitar nos grandes centros urbanos brasileiros está cada vez mais difícil. E convencer o cidadão a sair de casa é tarefa complicada. Nada mais natural que os eventos saiam à procura de um outro público, ávido por acontecimentos. O vôlei, o basquete e até o soberano futebol já fazem o mesmo. Reparem: amanhã, o Olímpico e o Mineirão estarão lotados. E a cidade de São Paulo não tem um estádio decente para a valente Portuguesa tentar escrever sua história. Texto Anterior: Um jogo nivelado por cima do paraíso Próximo Texto: Decisão na Stock; Stewart sai na frente; Mudanças Índice |
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