São Paulo, domingo, 8 de dezembro de 1996
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Estados adotam medidas anti-repetência

DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Pelo menos dez Estados e o Distrito Federal adotarão em 97 medidas educacionais para diminuir a repetência e melhorar o nível do ensino ministrado nas escolas públicas de 1º e 2º graus.
O anúncio das medidas foi feito uma semana depois da divulgação dos resultados do Saeb (Sistema de Avaliação do Ensino Básico).
A avaliação do MEC mostrou que apenas 1% dos alunos do 3º ano do 2º grau dominavam os conteúdos de português exigidos. Em matemática, só 3,7% conseguiram responder às questões propostas.
A Secretaria da Educação do Distrito Federal é uma das que aplicarão medidas mais radicais.
A partir de fevereiro de 97, cerca de 140 escolas públicas de 1º grau adotarão o sistema modular, que elimina a divisão de alunos por séries e acaba com a repetência (leia texto abaixo).
Também haverá mudanças profundas no ensino de 2º grau: os alunos serão matriculados em disciplinas, em vez de séries, e a aprovação será semestral, como acontece nas universidades.
Serão atribuídos créditos às disciplinas, e os alunos poderão escolher o número e quais matérias vão querer cursar a cada semestre. A exemplo das universidades, haverá um limite mínimo e máximo de créditos a serem cursados.
O aluno que não passar em uma determinada disciplina não vai precisar repetir todo o semestre. Ele será aprovado nas matérias em que conseguiu atingir a média necessária e repetirá apenas a que foi reprovado. Esse sistema já é utilizado por escolas particulares e é conhecido como "dependência".
O projeto nas escolas de 2º grau será iniciado, como teste, com estudantes do 1º ano que estudam à noite.
Maranhão
No Maranhão, a solução encontrada para diminuir a repetência e melhorar o ensino foi aumentar o número de escolas com classes de aceleração, para corrigir a defasagem de idade dos alunos que repetiram mais de uma vez alguma das séries do 1º grau.
O Saeb constatou que os alunos que repetiram o ano várias vezes tiveram desempenho bastante inferior ao dos colegas de série que estavam na idade apropriada.
Em 96, 18,2 mil alunos de 1ª a 4ª séries já haviam sido matriculados em classes de aceleração no Maranhão. A meta para 97 é matricular quase duas vezes mais: 30,5 mil alunos, envolvendo 428 escolas.
O Maranhão foi o Estado que teve o pior desempenho no Saeb. A média obtida pelos alunos maranhenses em português e matemática foi de 38%.
A média dos estudantes do Distrito Federal -que obtiveram o melhor percentual de acerto- foi de 51,8%.

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