São Paulo, domingo, 8 de dezembro de 1996
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França realiza megapesquisa

BETINA BERNARDES
DE PARIS

Qual o futuro do ensino na França? Para responder a essas perguntas, a FSU (Federação Sindical Unitária) realizou a maior consulta já feita no país junto a estudantes, pais de alunos e professores, além de uma pesquisa com mil pessoas representativas da população francesa.
Durante setembro e outubro, a FSU distribuiu 80 mil questionários. Recebeu 76 mil e entregou ao instituto de opinião Sofres a tarefa de interpretar os dados.
Encomendou também a pesquisa de opinião, para compará-la aos dados obtidos entre alunos, pais e professores.
Resultado: 52% dos franceses consideram que o ensino funciona muito bem ou razoavelmente bem e 46% acham que ele vai mal ou razoavelmente mal.
O destrinchamento da pergunta em níveis de ensino, no entanto, mostra que, quanto mais sobe o grau de formação, menor é a aprovação dos franceses em geral e dos pais de alunos em particular.
Perguntados se o ensino recebido pelos estudantes era satisfatório ou não no correspondente à faixa que vai da 1ª a 4ª séries do 1º grau, 69% da população respondeu que sim, número que caiu para 47% em relação ao 2º grau e 39% no ensino superior.
Prioridade
Se, para 67% da população e 72% dos pais de alunos, a educação deve ser a prioridade orçamentária do governo, não há consenso sobre o principal papel da escola.
A pesquisa e a consulta revelaram que, para 67% dos alunos e 68% dos pais, a escola deve servir em prioridade como acesso ao mundo do trabalho, enquanto 66% dos professores responderam que o principal deve ser a formação de espírito crítico.
Os entrevistados podiam dar três respostas. Para pais e alunos, espírito crítico é a quarta prioridade.
Os professores colocaram o acesso ao mercado de trabalho na terceira posição (42%), empatado com "adquirir o gosto de aprender" e atrás de "formar cidadãos" (52%). Esse último não ficou nem entre as cinco primeiras prioridades de alunos e pais.
"Gostaria de saber o que responder a um aluno de 10 ou 11 anos que fala: 'A escola não serve para nada, a gente vai terminar desempregado'. Acho que não devemos estar sozinhos para responder a essa pergunta", diz a professora Marie Pierre Kaya.

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