São Paulo, domingo, 8 de dezembro de 1996
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Uma história de Conspiração

Os prêmios da MTV, o mercado publicitário e os 11 milhões de dólares de faturamento deste ano provavelmente nem passavam pela imaginação dos diretores de cinema Lula Buarque de Hollanda (filho de Heloisa Buarque de Hollanda), 33, e Arthur Fontes, 33, quando os dois chegaram de um curso de cinema na Universidade de Nova York e resolveram fundar a Conspiração Filmes, que no início só produzia videoclipes.
Em 91, a empresa ganhou mais dois sócios, os diretores de cinema Zé Henrique Fonseca (filho do escritor Rubem Fonseca), 32 e Cláudio Torres (filhos de Fernanda Montenegro e Fernando Torres), 33, que entraram na empresa com a idéia de fazer cinema.
Graças à entrada da MTV no mercado brasileiro, depois de dois anos, os quatro diretores tinham conseguido um relativo sucesso fazendo clipes ("Beija Eu", de Marisa Monte, foi o primeiro) e um desempenho financeiro não tão bom.
Em 1993, Pedro Buarque de Hollanda, irmão de Lula, entrou para estruturar financeiramente a empresa e lançá-la no mercado publicitário. Ou, nas palavras de Andrucha, "para dar a seriedade dos engravatados à criatividade dos diretores".
A mistura deu certo. Washington Olivetto (sócio da W/Brasil) foi o primeiro a descobrir a Conspiração. "Ele foi o primeiro a acreditar naqueles jovens que não tinham tradição na publicidade", conta Pedro.
Pedro também instituiu um sistema novo de remuneração. "Como é muito difícil trabalhar com tanta gente, nós fizemos um sistema de lucro proporcional ao que cada um produz, que deu muito certo."
Em 95, um diretor emergente do mercado publicitário entrou para a Conspiração. Andrucha, 26, é o mais jovem da turma e também o mais "terrible" dos "enfants", com prêmios publicitários em Cannes e em Nova York. Quando começa a bagunçar demais na entrevista ou na hora da foto, recebe bronca dos outros como se fosse um irmão mais novo.

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