São Paulo, segunda-feira, 9 de dezembro de 1996 |
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Documento da 'esquerda' do PT critica a direção e acirra crise Briga com 'direita' em SP racha partido no Estado IGOR GIELOW
Documento elaborado pela "esquerda" faz duras críticas à direção nacional e culpa também a "direita" petista pela derrota na eleição municipal deste ano. A "direita" elabora documento semelhante a ser entregue amanhã à Executiva Nacional petista. Nele, defenderá suas teses e a continuidade nas mudanças das práticas políticas do partido. O documento da "esquerda", ao qual a Folha teve acesso, foi elaborado pela corrente Hora da Verdade e obteve apoio de outras linhas, como a Força Socialista e o Fórum Socialista. "A maioria da direção nacional do PT não pretende fazer um balanço sério dos resultados eleitorais. Os motivos são óbvios: sua linha política foi derrotada. O caso de São Paulo é o mais gritante: onde a direção nacional é mais hegemônica, onde seus métodos são mais autoritários, onde o partido foi mais institucionalizado e domesticado, foi onde colhemos nossas principais derrotas", diz o texto. Durante encontro que reuniu 200 dos 293 vereadores eleitos pelo PT em São Paulo, ocorrido no fim-de-semana, o discurso radicalizado à esquerda ganhou força. Antônio Palocci Filho, prefeito de Ribeirão Preto e expoente dos setores pragmáticos, foi criticado após o discurso que fez ontem para defender sua gestão -marcada por um programa de parcerias e concessões com o setor privado. As críticas apontavam para o ponto fraco do prefeito, um dos pré-candidatos a governador pelo partido: a derrota de seu candidato, Sérgio Roxo, à sua sucessão. "O eleitorado não sabia a distinção entre o candidato do PT e o do PSDB", disse o deputado federal Ivan Valente (da corrente Força Socialista), em referência ao vencedor em Ribeirão, o tucano Luiz Roberto Jábali. Na "direita", a estratégia é levar o discurso de que o partido precisa se flexibilizar. "O único meio de garantir a governabilidade é firmar uma política de alianças", afirmou o secretário de comunicação do PT-SP, Francisco Campos. Segundo Campos, que pertence ao chamado "campo" (reunião das correntes hoje majoritárias e mais à direita, como a Articulação e a Democracia Radical), a polarização "esquerda-direita" só será resolvida após a mudança da direção nacional -em processo que deve durar até o meio de 97. Texto Anterior: Governos prometem combate à pobreza em todo o hemisfério Próximo Texto: Comisão deve pedir cassação de Abrão Índice |
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