São Paulo, segunda-feira, 9 de dezembro de 1996
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'Comunismo não morreu'

MAURICIO STYCER
DA REPORTAGEM LOCAL

"O comunismo, pelo menos a sua idéia, não morreu". Quem diz isso é Zuleide Faria de Melo, 60, presidente de um partido que muitos julgavam morto: o PCB (Partido Comunista Brasileiro). Ela acumula a presidência do PCB com a da Associação Cultural José Martí, que organiza a ida de brasileiros a Cuba.
Em 92, o 10º Congresso do PCB, em São Paulo, decidiu pelo fim do partido e pelo nascimento do PPS (Partido Popular Socialista).
Mas um grupo de militantes, insatisfeitos com a orientação da maioria, decidiu lutar pela sobrevivência do velho "Partidão".
Em março de 93, esse grupo fez novamente o 10º Congresso do PCB. "Repetimos o número por considerar espúrio o congresso que decidiu acabar com o partido", diz Zuleide.
O segundo 10º Congresso marca a refundação do PCB. Ainda em 93, o partido obteve um registro provisório junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e, em 95, conseguiu o registro definitivo.
Nas eleições municipais deste ano, o PCB participou da disputa em 15 Estados. Não elegeu ninguém.
Militante comunista há 25 anos, professora de sociologia, Zuleide, 60, diz que o PCB tem hoje cerca de 15 mil militantes no país. "Estamos absolutamente certos de que a história não acabou."

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