São Paulo, segunda-feira, 9 de dezembro de 1996 |
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Acionistas entram com ação contra Lacta
FREDERICO VASCONCELOS
O aposentado Miguel Agostinho Guardia aliou-se a esses acionistas que possuem maior poder de fogo. Rubens Taufic Schain é o maior acionista individual da Lacta e o grupo detém 10% da companhia. Participam da ação instituições de peso, como a Matrix, e vários fundos que administram recursos de investidores estrangeiros. Alegam que foram obrigados a vender ações com prejuízo, em leilão, e querem ver as perdas reparadas. Os minoritários tiveram que vender suas ações preferenciais a R$ 2 cada, enquanto os controladores receberam R$ 15,33 por ação ordinária. Em junho último, a Justiça anulou uma emissão de ações da Lacta realizada em 1988. Esses papéis foram negociados durante oito anos e agora -numa situação inédita- o mercado e as Bolsas não sabem identificar quais são as ações "boas" e quais são as anuladas. A ação de indenização alcança os controladores -Kraft Suchard, Kibon e Philip Morris- e os antigos proprietários da empresa (família Adhemar de Barros Filho). A reclamação também atinge as Bolsas de São Paulo e do Rio e a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que não teriam agido para impedir a negociação de ações anuladas nem informado os investidores sobre o risco que corriam. "Como minoritários, estamos sendo prejudicados por uma decisão de terceiros", diz João Alberto Bernacchio, 40, diretor da Schahin Cury. Bernacchio é o representante dos minoritários no conselho fiscal da Lacta. Nem essa condição lhe garantiu acesso a informações da empresa, que não respondeu as sucessivas cartas protocoladas. Ele acha que a Philip Morris tinha todo interesse em anular essas ações preferenciais, porque os dividendos a pagar eram altíssimos. (FV) Texto Anterior: O glossário do mercado Próximo Texto: "Posição da empresa é legal", diz diretor Índice |
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