São Paulo, segunda-feira, 9 de dezembro de 1996
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Agência estrangeira ganha com governo

CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Jens Olesen, 53, presidente da McCann-Erickson, não tem dúvidas: 96 já é o melhor ano da agência no país nesta década em número de novos clientes.
Sete anunciantes decidiram entregar, este ano, suas contas publicitárias para a McCann, a maior agência em operação no mercado brasileiro segundo as várias listagens disponíveis.
Esse número teria sido apenas três, porém, se o governo brasileiro não tivesse mudado uma regra (não escrita mas que vigorou nas últimas décadas) e passasse a contratar agências estrangeiras.
"Temos 63 anos e um mês de Brasil. Somos mais brasileiros do que muitas agências de propaganda nacionais", comenta Altino João de Barros, vice-presidente.
Com essa mudança, foi possível para a McCann ganhar as contas da Caixa Econômica Federal, Embratur (para campanhas internacionais), Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e Ministério da Educação e Cultura.
Experiência
Com isso, está sendo possível para Olesen prever que a McCann vai fechar o ano com um faturamento próximo de US$ 300 milhões e crescimento de 20%.
A Young & Rubicam (que deve faturar cerca de US$ 170 milhões) acha, por sua vez, que foi exatamente sua experiência internacional que a levou a ganhar a concorrência feita recentemente pelo governo paulista para contratar a agência que irá cuidar da divulgação do processo de privatização.
"Participamos de mais de 18 casos de privatização só no Reino Unido", diz Antonio Fadiga, 42, presidente da agência no país.
A Young ganhou a concorrência em associação com outra agência, brasileira, a Grottera. Segundo o edital da concorrência, o governo dispunha de R$ 10 milhões para divulgar o processo de privatização em 96 e mais R$ 17 milhões em 97.

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