São Paulo, segunda-feira, 9 de dezembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Lusa!!!

JUCA KFOURI

E o Galo, que sina, mais uma vez morreu na véspera, que tristeza!
E a Lusa, que beleza!, se morrer desta vez não será na praia gaúcha, mas em altíssimo mar. Já está na história como um time bravíssimo.
Como bravo foi o Goiás, embora insuficiente diante do poder do Grêmio.
*
Sujeita a chuvas e trovoadas, a intenção de João Havelange de não ser mais candidato à Fifa revela quão difícil está o quadro eleitoral para ele. E, a ser confirmada, alterará substancialmente o panorama do poder no futebol brasileiro.
Eduardo Farah, por exemplo, não esconde de ninguém que só espera a aposentadoria de Havelange para o que considera favas contadas: a queda de Ricardo Teixeira.
*
Fazer o Brasileiro com 16 clubes, como anda propondo o presidente da CBF, é incomparavelmente melhor que fazê-lo com os atuais 24 -embora eu esteja convencido, hoje, de que 18 é um número mais adequado, permitindo um certo respiro-, argumento, curiosamente, que era do próprio Ricardo Teixeira.
Quanto à Copa do Brasil, qualquer número é razoável por ser no sistema mata-mata. Até mesmo um que contemple times de todas as divisões nacionais, como na Inglaterra.
O que não pode, pela imoralidade que encerra, é não haver critérios e haver convites, como acontecerá novamente.
*
Quando começou a atual gestão da CBF, em 1989, eram 22 os clubes no Brasileiro, número que caiu para 20 até 1992, foi a 32 em 1993 para acomodar o Grêmio, e diminuiu para 24 de 1994 para cá.
Em bom português, a CBF aceitou pôr o bode e agora quer tirá-lo.
O pior, ou o melhor, é que será mesmo um alívio.
*
São gozadas as coisas no Brasil. A CBF, quando não se quer fiscalizada, argumenta que é uma entidade privada.
No entanto, ao pleitear um terreno da prefeitura na valorizadíssima Barra da Tijuca, no Rio, para construir sua nova sede, alega ser uma entidade de utilidade pública sem fins lucrativos. Não precisa explicar...
*
Tinham razão os que, como o técnico Candinho, diziam que o que sobra de craques ao Barcelona falta em esquema de jogo. Com aquela defesa e sem que a bola chegue em Ronaldinho não fica difícil, fica impossível.

Texto Anterior: Cidade amanhece com sorrisos sob bigodões
Próximo Texto: Portuguesa segura empate com 10 homens em campo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.